Política

Bolsonaro minimiza crise humanitária de yanomamis: ‘Farsa da esquerda’

O presidente Lula (PT) esteve na localidade junto de equipe ministerial e criticou a omissão do ex-presidente em relação aos povos indígenas

O ex-presidente da República, Jair Bolsonaro (PL). Foto: Alan Santos/PR
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O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) minimizou a situação de crise humanitária vivenciada pelos povos yanomami e alegou que os relatos se tratam de uma ‘farsa da esquerda’.

O ex-capitão se manifestou em um grupo de Telegram com o envio de um texto alegando que seu governo realizou, de 2020 a 2022, 20 ações de saúde dentro do território indígena.

“Contra mais uma farsa da esquerda, a verdade! De 2020 a 2022, foram realizadas 20 ações de saúde que levaram atenção especializada para dentro dos territórios indígena”, relatou  o ex-capitão, que continuou:

“De 2020 a 2022, foram realizadas 20 ações de saúde que levaram atenção especializada para dentro dos territórios indígenas, especialmente em locais remotos e com acesso limitado. Foram beneficiados mais de 449 mil indígenas, com 60 mil atendimentos. O Governo Federal encaminhou 971,2 mil unidades de medicamentos e 586,2 mil unidades de equipamentos de proteção individual (EPI), totalizando 1,5 milhão de insumos enviados para essas operações”.

O ex-presidente, no entanto, não citou a situação precária em que crianças e adultos do território indígena se encontram.

No sábado 21, o presidente Lula (PT) esteve na localidade com uma equipe ministerial e se surpreendeu com a situação encontrada. Na ocasião, o petista criticou a omissão de Bolsonaro.

“É desumano o que eu vi aqui. Sinceramente, se o presidente que deixou a Presidência esses dias em vez de fazer tanta motociata tivesse vergonha e viesse aqui uma vez, quem sabe esse povo não tivesse tão abandonado como está”, disse, ao anunciar uma força tarefa parta prestar atendimento à população.

O Ministério da Saúde decretou emergência de saúde pública diante à desassistência de saúde encontrada. Segundo o Ministério dos Povos Indígenas, 570 crianças foram mortas pela contaminação por mercúrio, desnutrição e fome. A pasta não detalhou o período exato em que os óbitos teriam ocorrido. No entanto, só em 2022, 99 crianças yanomami morreram em consequência do avanço garimpo ilegal na região. As vítimas foram crianças de um a quatro anos.

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