Política

Governo Lula revoga ato de Bolsonaro que liberava extração de madeira em terras indígenas

A instrução normativa havia sido publicada nas últimas semanas de gestão do ex-capitão

Governo Lula revoga ato de Bolsonaro que liberava extração de madeira em terras indígenas
Governo Lula revoga ato de Bolsonaro que liberava extração de madeira em terras indígenas
Sonia Guajajara e Lula. Foto: Sergio Lima/AFP
Apoie Siga-nos no

A Fundação Nacional dos Povos Indígenas revogou nesta segunda-feira 16 uma instrução normativa editada em dezembro pelo governo de Jair Bolsonaro (PL) que liberava a exploração de madeira em terras indígenas.

A instrução autorizava o “manejo florestal sustentável madeireiro” por organizações indígenas ou “de composição mista” – ou seja, formada também por não indígenas.

“Este foi um dos últimos atos assinados na gestão Bolsonaro. Nosso compromisso é com a proteção das terras indígenas. Não permitiremos mais retrocessos”, escreveu nesta segunda nas redes sociais a ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara.

Entidades e especialistas repudiaram prontamente a instrução normativa do governo Bolsonaro. Para a advogada Juliana Batista, do Instituto Socioambiental, tratava-se de uma tentativa de “institucionalização do desmatamento causado por invasores”.

Na ocasião, ela reforçou que a Constituição estabelece que “os indígenas têm o usufruto exclusivo das riquezas dos rios, dos lagos e dos solos”, enquanto o documento do governo buscava “driblar” as regras “para deixar que os não indígenas metam a mão no que não é deles”.

Segundo a Articulação dos Povos Indígenas, a medida “descaracteriza a autodeterminação dos povos indígenas, pois abre-se um precedente deletério à autonomia dos indígenas e suas organizações em gerir seus territórios”.

A Apib avaliava ainda que a decisão “retroalimenta a violência aos povos indígenas, inclusive aos isolados e de recente contato, colocando-os em situação de risco de vida”.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.

CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.

Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo