Política

O que esperar do União Brasil no Congresso em relação ao governo Lula

A operação do PT para barrar a indicação de Elmar Nascimento a um ministério irritou a bancada da legenda e frustrou as negociações pela adesão da sigla

Luciano Bivar, presidente do União Brasil (à esquerda) e Lula (à direita)
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O União Brasil, apesar de ter indicado três nomes para compor a Esplanada dos Ministérios de Lula (PT), não comporá a base aliada do petista do Congresso. É o que indica o líder da sigla na Câmara, Elmar Nascimento (BA), e o presidente da legenda, Luciano Bivar (PE).

Os indicados foram anunciados nesta quinta-feira 29 pelo presidente eleito. São eles os deputados federais Juscelino Filho (MA) e Daniela do Waguinho (BA) serão, respectivamente, ministros das Comunicações e do Turismo.

A terceira vaga do União na Esplanada ficou com o atual governador do Amapá, Waldez Góes, que será responsável pelo ministério da Integração e Desenvolvimento Regional. Apesar de ser filiado ao PDT, Góes foi indicado pelo senador Davi Alcolumbre (União-AP). A expectativa é que ele deixe o partido durante a janela partidária.

O martelo sobre as indicações do União foi batido minutos antes da confirmação dos indicados da sigla, em um encontro que aconteceu no hotel em que Lula está hospedado em Brasília com Alcolumbre e Bivar, conforme apurou a reportagem.

Antes mesmo do anúncio, no entanto, Elmar sinalizou que as escolhas não refletiam o desejo das bancadas da Câmara e do Senado. “Vamos ficar independentes”, afirmou o parlamentar ao G1. Já Bivar, na mesma toada, declarou à CNN Brasil que o partido deverá votar com o governo petista apenas quando o tema for “de interesse do Brasil”.

A principal resistência encontrada por Lula no movimento de trazer a legenda para a base aliada foi o fato de dirigentes do PT terem trabalhado contra a indicação de Elmar, o que irritou a bancada do União Brasil.

Como mostrou CartaCapital, integrantes da sigla resgataram declarações do parlamentar à época da campanha. Em uma delas, ele afirma que “só tem condenado ou ex-presidiário” no entorno do petista. As declarações foram levadas a Lula por integrantes da equipe de transição.

“Se a gente olha os dois candidatos a presidente da República que estão postos, do lado de lá, que chama de companheiro, só tem condenado ou ex-presidiário. Será que é essa turma que a gente quer de volta para o Brasil?”, disse o parlamentar no áudio.

Há ainda uma ala do partido, da qual fazem parte nomes como o ex-juiz Sérgio Moro (PR) e o deputado federal eleito Rodrigo Valadares (SE), que se manifestou contrariamente à adesão ao governo. Lula também chegou a convidar o deputado Paulo Azi (BA) e a senadora eleita Professora Dorinha (TO) para compor, mas ambos recusaram os convites.

A partir de 2023, o partido terá, a princípio, 59 deputados e dez senadores. A bancada do União no Congresso seria, portanto, importante para aprovar medidas importantes do novo governo.

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