Política
Dino cancela nomeação de diretor-geral da PRF que defendeu a prisão de Lula
A troca ocorreu em meio a polêmicas relacionadas a postagens de Edmar Camata nas redes; Antônio Fernando Oliveira é o novo escolhido


O futuro ministro da Justiça e Segurança Pública Flávio Dino (PSB) desistiu de indicar um policial rodoviário federal que comemorou a prisão de Lula (PT) para o comando da corporação. O recuo ocorreu cerca de 24 horas depois do anúncio.
Em entrevista nesta quarta-feira 21 no Centro Cultural Banco do Brasil, em Brasília, Dino comunicou a substituição de Edmar Camata por Antônio Fernando Oliveira.
Segundo ele, a troca se deu em meio às polêmicas relacionadas a postagens de Camata nas redes sociais. À época da Lava Jato, o policial comemorou a prisão de Lula e publicou conteúdos em apoio à operação.
“Em relação a posições pretéritas sobre Lava Jato, Sergio Moro, Dallagnol, não é um critério, mas aí a questão é que houve uma postagem particular e outras. Enfim, realmente não é um julgamento sobre o que ele achava em 2017 e 2018 (…), mas, em face da polêmica, é claro que ele no futuro não reuniria condições para se dedicar como nós gostaríamos”, pontuou Dino.
Escolhido para ocupar a chefia da PRF, Antônio Fernando Oliveira também é advogado, pós-graduado em direito tributário e mestrando em Ciências Jurídicas pela Universidade Autónoma de Lisboa.
Ele substituirá Marco Antônio Territo, que assumiu interinamente o posto após Silvinei Vasques entrar de férias, em meio a investigações de uso indevido do cargo durante as eleições deste ano. Vasques foi exonerado na última terça-feira.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.