Política
Após pressão de Lula em debate, Bolsonaro promete aumento salarial acima da inflação até 2026
De forma semelhante a Lula, o atual presidente publicou carta com 22 compromissos para eventual segundo mandato


A um dia da eleição, o presidente Jair Bolsonaro (PL) publicou em sua rede social um compromisso em conceder aumentos ao salário mínimo acima da inflação até 2026.
A promessa ocorre após o seu adversário Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pressioná-lo por conta da falta de aumentos reais ao salário mínimo na gestão federal atual.
Segundo Bolsonaro, em um eventual segundo mandato, seu governo vai “aumentar o salário mínimo para 1.400 reais em 2023 e acima da inflação todos os anos até 2026”.
O texto consta em uma postagem onde listou 22 compromissos a serem cumpridos caso seja eleito. A quantidade faz alusão ao seu número na urna eletrônica.
O gesto é semelhante ao que Lula fez na quinta-feira 27, quando divulgou a Carta para o Brasil do Amanhã, com 13 compromissos caso volte a comandar o Palácio do Planalto.
Os outros itens de Bolsonaro incluem:
- A redução da maioridade penal para crimes hediondos;
- O fim da audiência de custódia;
- O endurecimento de penas para crimes violentos;
- A criação do “Estatuto de Direitos das Vítimas”;
- A garantia de “retaguarda jurídica” e do excludente de ilicitude para agendes de segurança;
- O aumento do Fundo Nacional de Segurança Pública;
- A implementação da “Política Nacional de Fortalecimento dos Laços Familiares”;
- A concessão de 200 reais a beneficiários do Auxílio Brasil como “bônus produtividade”;
- A entrega de dois milhões de moradias;
- A isenção de impostos para compra de celulares;
- A isenção do Imposto de Renda para quem ganha até cinco salários mínimosç;
- A criação do Sistema Único de Saúde “online”;
- A implementação do “Programa Educação para o Futuro”;
- A não ampliação do número de ministros do Supremo Tribunal Federal.
Bolsonaro também promete “manter uma política econômica pautada no livre mercado e na responsabilidade fiscal”; “seguir indicando de forma independente nomes técnicos e de Ficha Limpa”; “fazer do Nordeste o centro mundial de geração de energia verde”; “financiar cursos técnicos e profissionalizantes”; e “não controlar nem interferir na imprensa e preservar a liberdade de expressão”.
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