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Instalação da CPI do MEC não é unanimidade na oposição
A avaliação de ao menos um signatário do documento é de que uma CPI em ano eleitoral tem poucas chances de se viabilizar


A instalação da CPI do MEC não é unanimidade entre senadores de oposição ao governo do presidente Jair Bolsonaro (PL) mesmo após o requerimento para a criação da comissão ter sido protocolado nesta terça-feira 28.
A avaliação de ao menos um signatário do documento é que de que uma CPI em ano eleitoral tem poucas chances de se viabilizar aos moldes do que ocorreu em 2021, na Comissão Parlamentar de Inquérito da Covid-19.
“A partir de agosto, dificilmente teremos presença significativa de senadores em Brasília”, disse um parlamentar em caráter reservado a CartaCapital. “A Polícia Federal já tem investigado as denúncias. Pode ser que não dê em nada”, avaliou.
As declarações do senador vêm no mesmo dia de uma vitória da oposição, que conseguiu 31 assinaturas – das 27 necessárias – para a criação da CPI.
Agora, o pedido só terá prosseguimento com aval do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que analisará o documento e determinará a instalação.
Até que seja feita a leitura no plenário, parlamentares podem retirar suas assinaturas do requerimento. É com este curto espaço de tempo que o governo federal trabalha para barrar a CPI que vai investigar um suposto esquema que envolve pagamento de propinas no Ministério da Educação.
As suspeitas levaram à prisão do ex-titular da pasta Milton Ribeiro e de pastores que frequentavam o MEC.
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