Política
Após suspensão, grupo bolsonarista volta ao Telegram e decide apagar mensagens a cada dia
A página havia sido punida pela plataforma por postagem de ‘conteúdo ilegal’


O Super Grupo B-38 Oficial, um dos maiores grupos bolsonaristas no Telegram, voltou a funcionar após ser suspenso pela plataforma. Na tarde desta sexta-feira 13, a página contava com quase 67,5 mil seguidores.
A primeira mensagem após o fim da suspensão foi publicada às 19h29 da quinta 12. Antes dela, um aviso automático sinalizava uma mudança na estratégia: “Um administrador do grupo definiu que as mensagens serão automaticamente deletadas após um dia”.
Além disso, milhares de mensagens se perderam. As mais recentes postagens – antes do retorno nesta quinta – são de outubro do ano passado.
Nesta semana, ao tentar acessar o grupo bolsonarista, o usuário recebia este aviso: “Desculpe, este grupo está temporariamente inacessível para dar aos administradores tempo para remover as mensagens de usuários que postaram conteúdo ilegal. Vamos reabrir o grupo assim que a ordem for restaurada”.
Além de suspender o grupo, o Telegram atualizou as regras de uso na versão em português de seu site, acrescentando um item à lista de práticas proibidas: “Abusar da plataforma pública do Telegram para participar de atividades reconhecidas como ilegais pela maioria dos países – como terrorismo e abuso infantil”.
O Telegram tem papel central na luta contra a desinformação nas eleições deste ano. Em março, após perceber o cerco judicial se fechar, a plataforma assinou um termo de adesão ao Programa Permanente de Enfrentamento à Desinformação no Âmbito da Justiça Eleitoral, promovido pelo Tribunal Superior Eleitoral.
A empresa vinha ignorando as tentativas de contato do TSE e só mudou de postura após o ministro Alexandre de Moraes determinar o bloqueio do aplicativo, que não indicava sequer um representante oficial no País.
Agora, segundo o TSE, a finalidade da parceria com o Telegram é combater os conteúdos falsos relacionados à Justiça Eleitoral, ao sistema eletrônico de votação, ao processo eleitoral nas diferentes fases e aos atores nele envolvidos.
De acordo com a Corte, o termo de adesão foi celebrado gratuitamente, “não implicando compromissos financeiros ou transferências de recursos entre o Telegram e o TSE, devendo cada uma das instituições arcar com os custos necessários às respectivas participações no Programa”.
O Programa Permanente de Enfrentamento à Desinformação no Âmbito da Justiça Eleitoral nasceu em agosto de 2019, após a experiência de ataques sofridos durante a campanha de 2018, e como forma de se preparar para as Eleições 2020.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.
Leia também

Avaliação do governo Bolsonaro piora entre evangélicos
Por CartaCapital
Lula lidera em MG com 44% contra 28% de Bolsonaro, diz Quaest
Por CartaCapital
Petistas veem prejuízo para Lula no embate com Bolsonaro sobre urnas
Por Estadão Conteúdo