Política
França reforça a Lula sugestão de pesquisa com Haddad para definir candidato em SP
O socialista e o petista se reuniram para tentar avançar nas tratativas; o cenário em São Paulo segue no centro de um impasse entre PSB e PT


A reunião desta terça-feira 22 entre o ex-governador de São Paulo Márcio França, do PSB, e o ex-presidente Lula, do PT, terminou sem anúncio, mas com avanços no diálogo.
O cenário paulista está no centro das divergências entre o PT, que não abre mão de lançar Fernando Haddad na corrida ao governo estadual, e o PSB, que sustenta a candidatura de França.
Caso as siglas se unam em uma federação, porém, poderão apresentar apenas um candidato. A aliança ainda contaria com PCdoB e PV.
No encontro desta terça, realizado na capital paulista, França apresentou a Lula razões que o qualificariam para ser o candidato da federação no estado. O ex-presidente se comprometeu a levar as justificativas a Haddad e à presidenta do PT, Gleisi Hoffmann.
Um dos pedidos do socialista é que a decisão entre ele e Haddad ocorra após a realização de uma pesquisa em maio ou junho. A sugestão já havia sido apresentada por França em entrevista a CartaCapital, na semana passada.
Na última sexta-feira 18, a CartaCapital, o presidente do PT no estado de São Paulo, o ex-ministro do Trabalho Luiz Marinho, afirmou que Haddad será candidato ao governo paulista em outubro, independentemente do desfecho sobre a federação com o PSB.
“Nós queremos a federação, apoiamos, mas o candidato da federação em São Paulo se chama Fernando Haddad. Se não for possível, não temos problema nenhum com o PSB ter candidato a governador. Respeitamos a trajetória e a liderança do Márcio, mas acredito que, para São Paulo e para a candidatura nacional do Lula, a melhor alternativa é Haddad governador. Se a gente tiver um segundo palanque para o Lula em São Paulo, vamos juntos e vamos somar no segundo turno, se for esse o caso”, declarou Marinho.
Nesta terça, após se reunir com Lula, França disse a jornalistas que o petista “compreendeu os argumentos”.
“Naturalmente, o PSB tem uma tendência já consolidada de caminharmos juntos (com o PT) no Brasil. Em São Paulo, ele (Lula) vai conversar com Haddad e a Gleisi, e acho que vamos estar juntos”, declarou o ex-governador.
“Para onde irão os votos do Alckmin? Na minha visão, virão mais para mim”, prosseguiu França. “O principal é a unidade, e que todos estejam juntos desde já nessa formatação com Alckmin.”
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