Política

PGR diz que material entregue pela CPI da Covid ‘não atendia aos requisitos legais’

Manifestação ocorre após o senador Renan Calheiros (MDB-AL) informar que apresentou ao STF ‘relação de provas individualizadas’

PGR diz que material entregue pela CPI da Covid ‘não atendia aos requisitos legais’
PGR diz que material entregue pela CPI da Covid ‘não atendia aos requisitos legais’
O procurador-geral da República, Augusto Aras. Foto: Evaristo Sá/AFP
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A Procuradoria-Geral da República declarou que recebeu, nesta sexta-feira 18, um ofício do senador Renan Calheiros (MDB-AL) que informa a entrega ao Supremo Tribunal Federal de uma relação de provas individualizadas para sustentar os indiciamentos da CPI da Covid.

Chefe da PGR, Augusto Aras recebeu o ofício dias após ter dito que a CPI não havia entregue provas referentes às investigações, mas “um HD com dez terabytes de informações desconexas e desorganizadas”. As declarações foram feitas à emissora CNN Brasil, depois de a cúpula da Comissão cobrar uma atitude do procurador.

Em reação, Renan Calheiros disse que a PGR está usando uma estratégia de “comprar tempo” e ironizou o pedido da PGR de individualizar provas, “como se centenas delas já não fossem suficientes”.

Segundo a PGR, a entrega do novo material por Calheiros ao STF confirma que o conteúdo recebido antes “não atendia aos requisitos legais, o que, além de embaraçar o trabalho do Ministério Público Federal, poderia prejudicar o exercício da ampla defesa e do contraditório”.

A PGR diz também ter alertado mais de uma vez sobre “os riscos de se apresentar um material extenso e sem a devida correlação entre cada fato típico praticado e os documentos pertinentes”.

O órgão diz que o objetivo é “garantir a higidez das provas e evitar nulidades como as verificadas em situação que envolviam imputações criminais embasadas em conteúdo probatório genérico”.

O relatório final da CPI, com 1,2 mil páginas, foi entregue a Aras em 27 de outubro do ano passado, um dia após a aprovação do documento entre os senadores. Um mês depois, a PGR chegou a pedir providências ao STF a partir da conclusão dos trabalhos, mas tem sido criticado por atrasar na adoção de medidas.

A irritação da cúpula da CPI tem levado senadores a defenderem a abertura de um processo de impeachment contra Aras. Para o vice-presidente da Comissão, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), o procurador tem atuado como “advogado de defesa do presidente”.

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