Política
Com Ceciliano candidato ao Senado, PT abre caminho para oficializar apoio a Freixo no Rio
O cenário fluminense está encaminhado; petistas e pessebistas olham para Pernambuco e São Paulo
O presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, André Ceciliano (PT), confirmou o lançamento de sua pré-candidatura ao Senado. O movimento abre o caminho para os petistas anunciarem, nas próximas semanas, o apoio a Marcelo Freixo (PSB) na corrida rumo ao governo fluminense.
Lideranças do PT no Rio se reuniram com o ex-presidente Lula e com a presidenta nacional da sigla, Gleisi Hoffmann, na última terça-feira 25. Nas últimas semanas, o nome de Ceciliano esteve ligado a uma possível candidatura ao governo, mas a ideia não prosperou.
“Aceitei a missão que me foi dada. A partir de agora, sou pré-candidato ao Senado. Minha missão como deputado estadual está chegando ao fim, o Rio terá em mim um representante qualificado para defender o Rio em Brasília”, escreveu Ceciliano, nas redes sociais, ao publicar uma foto com Lula.
Washington Quáquá, vice-presidente nacional do PT, disse, após confirmar o lançamento de Ceciliano ao Senado, que “o PT negociará com o PSB e a presidenta Gleisi tem nosso apoio total para isso”.
“O presidente Lula terá quantos palanques estiverem dispostos a apoiá-lo. Objetivo é isolar Bolsonaro e ampliar Lula no Rio”, completou Quaquá.
O Rio de Janeiro é um dos estados em que PT e PSB precisam destravar as conversas para avançar na construção de uma federação. Com a provável confirmação do nome de Freixo como candidato pessebista e petista, os olhos se voltam para outros estados, como São Paulo e Pernambuco.
Na quarta-feira 26, os presidentes de PT, PSB, PCdoB e PV se reuniram em Brasília para dar prosseguimento às discussões sobre uma federação entre as quatro siglas. A avaliação é de que o encontro superou as expectativas, mas não chegou ao cerne das divergências: as escolhas de petistas e pessebistas em estados-chave.
A presidenta nacional do PCdoB e vice-governadora de Pernambuco, Luciana Santos, disse a CartaCapital que “debateu-se na última quinta-feira que, entre PT e PSB, a primazia da escolha para governador é do PSB”. A tendência é de que o governador Paulo Câmara, do PSB, que está no último ano de seu 2º mandato, defina o nome do partido para as eleições de outubro. Desta forma, o PT retiraria da mesa o nome do senador Humberto Costa, apresentado como pré-candidato.
Em São Paulo, porém, segue o principal impasse, já que os petistas não abrem mão de lançar Fernando Haddad – líder das pesquisas sem o ex-governador Geraldo Alckmin – e os pessebistas insistem no nome de Márcio França.
Reservadamente, como é de seu feitio, Alckmin – potencial candidato a vice-presidente na chapa de Lula – indicou a Haddad que tende a manter uma participação ativa na campanha do petista rumo ao governo paulista. O ex-tucano planeja, inclusive, acompanhar Haddad em agendas pelo estado.
Na sexta-feira 21, o presidente do PT paulista, o ex-ministro Luiz Marinho, repetiu em entrevista a CartaCapital: “Tenho certeza de que o candidato em São Paulo será o Fernando Haddad. Vamos consolidar esse processo com o PSB e o Haddad sendo o candidato a governador.”
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