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Cúpula da Igreja Universal estaria insatisfeita com Bolsonaro

A relação entre o bispo Edir Macedo e o ex-capitão estaria estremecida desde os episódios envolvendo a igreja na África

Cúpula da Igreja Universal estaria insatisfeita com Bolsonaro
Cúpula da Igreja Universal estaria insatisfeita com Bolsonaro
Edir Macedo e Jair Bolsonaro, acompanhados de Renato Cardoso ao fundo.. Foto: Alan Santos/PR
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A cúpula da Igreja Universal, comandada por Edir Macedo, estaria cada vez mais insatisfeita com Jair Bolsonaro (PL). A informação foi revelada por um dos líderes da igreja ao colunista Guilherme Amado, do site Metrópoles, nesta quarta-feira 19.

“[Bolsonaro] é mais preocupado com os filhos do que o povo”, avaliou o líder, que garante que o pensamento é o mesmo entre Edir Macedo e seus subordinados.

A Universal tem sido fiel apoiadora de Bolsonaro desde o início do governo. As relações se dão não apenas na proximidade das pautas, mas também nos negócios envolvendo a igreja. A TV Record, também comandada pelo religioso, é uma das redes mais privilegiadas pelo governo. Não por acaso, a emissora é uma das que tem apoiado Bolsonaro desde antes da campanha presidencial de 2018.

Nos últimos meses, no entanto, a relação entre Bolsonaro e Macedo teve problemas. A Igreja atravessa uma crise na África, onde foi expulsa de Angola após denúncias envolvendo pastores brasileiros. Bolsonaro foi pressionado pelo bispo a agir em favor da Universal e chegou a enviar o vice-presidente Hamilton Mourão para interceder pela igreja no continente africano. A viagem, com recursos públicos, foi alvo de polêmicas e não trouxe os resultados esperados por Macedo.

Na África, os subordinados de Edir Macedo são acusados de assédio, racismo e evasão de divisas. As denúncias recentes mostram que o bispo Edir Macedo teria pessoalmente sido o responsável por lavar ao menos 120 milhões de dólares por ano em Angola. A emissora do religioso também foi proibida de operar na região e os pastores tiveram seus vistos cassados.

Ao que tudo indica, portanto, a insatisfação seria motivada não pela ‘preferência’ de Bolsonaro pelos filhos, mas sim pelos problemas diplomáticos enfrentados pela igreja comandada por Edir Macedo.

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