Política
PF intima Bolsonaro para depor sobre vazamento de inquérito sigiloso
A pedido do ministro Alexandre de Moraes, polícia investiga vazamento de informações sobre ataque de hackers no TSE
A Polícia Federal intimou o presidente Jair Bolsonaro (PL) a depor no inquérito que apura o vazamento de documentos de uma investigação sigilosa sobre um ataque de hackers ao Tribunal Superior Eleitoral. A informação é do jornal Folha de S. Paulo desta terça-feira 14.
Bolsonaro publicou, em agosto deste ano, documentos sigilosos em sua rede social e usou o conteúdo da investigação para disseminar informações falsas e colocar em xeque a segurança das urnas eletrônicas. O ex-capitão contou com a participação do deputado federal Filipe Barros (PSL-PR) para acessar e divulgar o conteúdo sigiloso.
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, determinou a investigação do episódio por entender que ele está relacionado ao inquérito das fake news. Inicialmente, o depoimento do presidente não estava previsto, no entanto, após ouvir Barros e o delegado responsável pela investigação na ocasião, a PF optou por intimar Bolsonaro.
A atual investigação busca compreender o papel do ex-capitão no vazamento das informações. Barros, ao prestar depoimento à PF, disse que o caso não estava sob sigilo e que teve acesso aos documentos por ser relator da comissão do voto impresso na Câmara dos Deputados.
Na ocasião, o inquérito vazado nas redes sociais ampliou a tensão entre o presidente e os ministros da Suprema Corte, em especial Moraes e Luís Roberto Barroso. O evento também precedeu o ápice dos conflitos, no dia 7 de setembro, quando Bolsonaro ameaçou não cumprir decisões do tribunal. Dias depois, ele divulgou uma carta escrita por Michel Temer e assinada por ele, em que retirava as críticas e recuava das ameaças.
Esta é a segunda vez que Bolsonaro irá prestar depoimento. O primeiro caso apurou se houve interferência da sua parte no comando da Polícia Federal. A suspeita foi levantada após denúncia do ex-ministro Sergio Moro (Podemos). A nova oitiva ainda não tem data para acontecer.
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