Justiça

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Glória a Deus

Em 20 anos, os líderes evangélicos duplicam a Bancada da Bíblia, consolidam seu império de comunicação e emplacam um fundamentalista no STF

Uma celebração terrivelmente obscurantista
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“É um passo para um homem e um salto para os evangélicos.” Antes mesmo de vestir a toga, André Mendonça celebrou a aprovação de seu nome para o Supremo Tribunal Federal com uma adaptação da célebre frase de Neil Armstrong ao tocar os pés na Lua. A declaração apenas reforçou as desconfianças daqueles que enxergam na chegada de um homem “terrivelmente evangélico” à Corte uma ameaça ao Estado laico. Indicado por Jair Bolsonaro e referendado pelo Senado com apenas seis votos a mais que o mínimo necessário, após um chá de cadeira de quase cinco meses imposto pelo presidente da Comissão de Constituição e Justiça, o senador Davi Alcolumbre, do DEM, o novo ministro surpreendeu pela rapidez com que se desfez do discurso ensaiado para a sabatina. E também pelo aparato mobilizado por igrejas evangélicas para assegurar a sua nomeação.

Na tentativa de convencer os senadores de que não será um magistrado a serviço da agenda dos pastores, Mendonça disse compreender “a separação que deve haver entre a manifestação religiosa e a função pública”, e prometeu “defender a laicidade estatal e a liberdade religiosa de todo cidadão”. Minutos depois de nomeado, deu glória a Deus e mandou seu recado: “Queremos dizer ao povo brasileiro que o povo evangélico tem ajudado esse país e quer continuar ajudando. Quero fazer da Justiça brasileira uma referência, fazer com que essa realidade se concretize cada dia mais e, ao final, dar esperança ao povo”.

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