CartaExpressa
Ao lado de Barros, Bolsonaro omite rejeição ao governo e diz que sua vitória foi ‘milagre’ contra o comunismo
‘Estávamos à beira do socialismo’, afirmou o ex-capitão em discurso para seus militantes em Maringá (PR)
O presidente Jair Bolsonaro voltou a acenar para sua base minoritária durante cerimônia em Maringá (PR), nesta sexta-feira 1º. Entre outros, participaram do evento o ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, e o líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), investigado pela CPI da Covid.
Em seu discurso, Bolsonaro atacou prefeitos e governadores e recorreu, mais uma vez, à sua ideia de ‘comunismo’. Afirmou ainda que, se depender do governo federal, não haverá o chamado passaporte da vacina.
“Nunca apoiamos medidas restritivas. Sempre estivemos ao lado da liberdade, do direito de ir e vir, do direito ao trabalho e da liberdade religiosa”, disse o ex-capitão.
Bolsonaro também voltou a dizer que recebeu, em 2019, um país “em situação complicada no tocante a ética, moral e economia”.
“Estávamos à beira do socialismo, flertando com o comunismo, e o milagre aconteceu. E nós devemos nos conscientizar para que o vermelho cada vez mais fique para trás”, declarou.
Por fim, o presidente tornou a ignorar as pesquisas que indicam a rejeição popular ao governo e disse que “sempre teve o apoio da grande parte” do Brasil.
Pesquisa Ipespe divulgada nesta quinta-feira 30 indica que 64% dos brasileiros desaprovam a maneira como Bolsonaro administra o País, enquanto 30% a aprovam. No último levantamento, em agosto, eram 63% e 29%, respectivamente.
Para 55%, o governo é ruim ou péssimo, um ponto percentual acima do registrado na rodada anterior. Os que consideram a gestão boa ou ótima são 23% (mesmo percentual), enquanto os que veem o governo como regular caíram de 20% para 18%.
Levantamento PoderData publicado também na quinta-feira mostra que a reprovação ao trabalho de Bolsonaro registrou novo recorde. 58% consideram o desempenho ruim ou péssimo, maior percentual já registrado pelo levantamento. Na rodada anterior, em 15 de setembro, eram 56%.
Relacionadas
CartaExpressa
Malafaia ataca Moraes e minimiza minuta golpista em ato no Rio
Por CartaCapitalCartaExpressa
Defensoria Pública de SP recomenda suspensão de privatização da Sabesp
Por CartaCapitalCartaExpressa
Lira encaminha ao Conselho de Ética pedido de cassação contra Glauber Braga
Por Wendal CarmoCartaExpressa
Minas Gerais vai indenizar em R$ 30 mil homem que cumpriu nove anos a mais de prisão domiciliar
Por CartaCapitalApoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Os Brasis divididos pelo bolsonarismo vivem, pensam e se informam em universos paralelos. A vitória de Lula nos dá, finalmente, perspectivas de retomada da vida em um país minimamente normal. Essa reconstrução, porém, será difícil e demorada. E seu apoio, leitor, é ainda mais fundamental.
Portanto, se você é daqueles brasileiros que ainda valorizam e acreditam no bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando. Contribua com o quanto puder.