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Bolsonaristas apagam vídeos com ataques às urnas eletrônicas e a ministros do STF
A exclusão ocorreu após decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de suspender os repasses para os canais que propagaram mentiras
Ao menos 25 canais bolsonaristas no YouTube apagaram vídeos em que atacavam os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e as urnas eletrônicas. A exclusão ocorreu após decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de suspender os repasses para os canais que propagaram mentiras sobre as eleições. A informação é do jornal O Globo.
Ao todo, 263 vídeos foram excluídos ou ocultados pelos perfis bolsonaristas. As publicações continham menções aos ministros ou aos tribunais e faziam referência às urnas eletrônicas. O monitoramento usado na reportagem foi realizado pela Novelo Data, analista de dados. Segundo a empresa, o movimento dos canais bolsonaristas é comum após decisões como a do TSE.
De acordo com a reportagem, o canal com maior número de vídeos apagados foi o Gustavo Gayer, com 59 publicações removidas. Gayer tem mais de meio milhão de inscritos e é alvo da CPI da Covid no Senado Federal por disseminar notícias falsas sobre a pandemia. Recentemente, o bolsonarista teve vídeos excluídos pelo próprio YouTube por conteúdos negacionistas.
Além de Gayer, diversos outros famosos bolsonaristas excluíram publicações, como o canal ‘O Jacaré de Tanga’, com mais de 1,2 milhão de inscritos e mantido pelo bolsonarista Felipe Lintz, que removeu 26 vídeos do seu perfil. Lintz é alvo da CPMI das Fake News, aparece diversas vezes ao lado do também investigado Eduardo Bolsonaro e foi candidato a prefeito de Mogi Mirim (SP) pelo PRTB.
A decisão do TSE de bloquear repasses de recursos nas redes sociais para os perfis propagadores de mentiras e responsáveis por ataques foi tomada pelo corregedor-geral da Justiça Eleitoral, ministro Luís Felipe Salomão. O despacho afetou 15 canais bolsonaristas, entre eles o Terça Livre, do blogueiro Allan dos Santos, denunciado pelo MPF por ataques ao ministro Luís Roberto Barroso.
A decisão do ministro incluía também os perfis oficiais do presidente Jair Bolsonaro e dos filhos Carlos, Eduardo e Flávio, além de outros parlamentares como Bia Kicis (PSL-DF) e Carla Zambelli (PSL-SP). Neste caso, no entanto, o bloqueio de verbas foi barrado pelo TSE.
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