Justiça

Novos advogados de Flávio Bolsonaro já defenderam militares da ditadura

Segundo o jornal O Globo, contratação teve aval do Palácio do Planalto após conhecimento do currículo de defesa aos militares

Novos advogados de Flávio Bolsonaro já defenderam militares da ditadura
Novos advogados de Flávio Bolsonaro já defenderam militares da ditadura
O senador Flávio Bolsonaro. Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado
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Após dispensar os trabalhos de Frederick Wassef em sua defesa jurídica, o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) decidiu contratar um advogado que já trabalhou para militares da ditadura. Rodrigo Roca assumiu o posto de advogado de Flávio no domingo 21 para atuar no caso do esquema de rachadinhas, quando o filho do presidente Jair Bolsonaro ainda era deputado estadual no Rio de Janeiro.

Segundo informações do jornal O Globo, o Palácio do Planalto concordou com a contratação de Rodrigo Roca e da advogada Luciana Pires depois que conheceu o currículo dos profissionais na defesa dos acusados por crimes cometidos na ditadura militar.

De acordo com o veículo, Roca defendeu o general reformado José Nogueira Belham, alvo de acusação por assassinato do deputado federal Rubens Beirodt Paiva, morto por militares em 1971, aos 41 anos. A acusação também reporta ocultação do cadáver. O parlamentar havia sido cassado após o golpe de 1964, foi preso e levado para o Destacamento de Operações de Informação – Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-CODI) do Rio de Janeiro.

José Nogueira Belham chefiava o DOI-CODI e foi acusado por outros militares de não tomar providências ao saber que Paiva era vítima de tortura. Segundo O Globo, a denúncia foi aceita em 1ª e 2ª instância, mas o caso foi trancado em 2014 por uma liminar do ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), e foi parar nas mãos do ministro Alexandre de Moraes após a morte de Zavascki.

Rodrigo Roca também já advogou para o ex-governador Sérgio Cabral, no âmbito da Operação Lava Jato.

Já Luciana Pires, informa O Globo, defendeu o general Nilton Cerqueira, acusado por envolvimento no atentado do Riocentro. Cerqueira comandava a Polícia Militar do Rio de Janeiro. A Justiça Federal aceitou a denúncia em 1ª instância, mas foi trancada em seguida nos tribunais superiores.

O veículo também reporta que Luciana Pires já advogou para a ex-deputada Cidinha Campos, para o deputado federal Paulo Ramos (PDT-RJ) e atualmente trabalha para o presidente da Federação do Comércio (Fecomércio-RJ) Orlando Diniz.

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