Política
Bolsonaro critica Teich por recomendar cautela no uso da cloroquina
O ministro alertou que o medicamento tem efeitos colaterais e que qualquer prescrição deve ser feita com base em avaliação médica


O presidente Jair Bolsonaro criticou o ministro da Saúde, Nelson Teich, por ele ter alertado sobre riscos da cloroquina no tratamento da covid-19. “Olha só, todos os ministros, eu já sei qual é a pergunta, têm que estar afinados comigo. Todos os ministros são indicações políticas minhas e quando eu converso com os ministros eu quero eficácia na ponta. Nesse caso, não é gostar ou não do ministro Teich, é o que está acontecendo”, afirmou Bolsonaro para jornalistas na saída da residência oficial do Palácio da Alvorada nesta quarta-feira 13.
Um estudo liderado por cientistas da University of Columbia e publicado no periódico científico New England Journal of Medicine, na quinta-feira 7, aponta que pacientes positivos para coronavírus e tratados com hidroxicloroquina não apresentam resultados melhores do que aqueles que não recebem o medicamento.
Após esse estudo, o ministro da Saúde alertou que a cloroquina é um medicamento com efeitos colaterais e que qualquer prescrição deve ser feita com base em avaliação médica.
Na saída do Alvorada, o presidente disse ainda que vai conversar nesta quarta com Teich para ser alterado o protocolo do Ministério da Saúde, que atualmente prevê a prescrição de cloroquina apenas para os casos graves. O presidente quer que o remédio seja usado desde o início do tratamento.
“Nós estamos tendo centenas de mortes por dia. Se existe uma possibilidade de diminuir esse número com a cloroquina, por que não usar? Alguns falam que pode ser placebo. Pode ser. Você não sabe. Mas pode não ser também. A gente não pode, por exemplo, falar: ‘Ah, se tivesse usado a cloroquina lá atrás, teria salvo milhões de pessoas. Só isso”, disse o presidente.
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