Política
Damares confirma que pediu “prisão” de governadores e prefeitos em reunião de ministros
Segundo ministra, a fala teria tido o contexto de casos de corrupção que possam acontecer na pandemia


A ministra dos Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, confirmou nesta terça-feira 12 que a reunião interministerial do dia 22 de abril, apontada como uma das principais provas contra a tentativa de interferência de Jair Bolsonaro na Polícia Federal, teve uma fala sua pedindo pela prisão de governadores e prefeitos.
Nas redes sociais, a ministra se justifica e diz que os pedidos de punição teriam sido feito a “gestores violadores de direitos ou que desviam verba pública (corruptos)”. A ministra não apresentou quem seriam seus supostos alvos.
“Se em nome de quarentena alguém agredir idoso, mulher ou qualquer outro na rua, vou pedir justiça, sim. E se houve crime, que seja preso.”, escreveu ela na publicação.
Quem me acompanha sabe que os pedidos de punição a gestores violadores de direitos ou que desviam verba pública (corruptos) não são novidade. Se em nome de quarentena alguém agredir idoso, mulher ou qualquer outro na rua, vou pedir justiça, sim. E se houve crime, que seja preso.
— Damares Alves (@DamaresAlves) May 12, 2020
A fala de Damares se mistura a outros relatos importantes que a gravação da reunião traz. Entre eles, há xingamentos e outros pedidos de prisão feitos pelo ministro da Educação, Abraham Weintraub, e um trecho apontado como “explosivo” pelos interlocutores: nele, o presidente Jair Bolsonaro admitiria que trocaria a chefia do Superintendente na Polícia Federal porque sua família estava “sendo perseguida”.
Os relatos sobre o teor da reunião foram concedidos a jornalistas enquanto todos aguardam pela decisão do ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal, que tem nas mãos a liberação ou não da íntegra do conteúdo.
Nesta terça, essas imagens da foram mostradas para representantes da Procuradoria-Geral da República (PGR), da Advocacia-Geral da União (AGU), policiais federais e ao próprio ex-ministro Sérgio Moro, pivô da crise que começou após seu pedido de demissão.
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