Líder rural na Amazônia teme ser executado e pede proteção reforçada do governo
No interior do Pará, Erasmo Alves Theofilo já foi vítima de atentados, enquanto seus filhos sofreram tentativas de sequestro
O Programa de Proteção aos Defensores de Direitos Humanos não está sendo suficiente para poupar a vida de quem escolheu lutar pelas causas sociais. Na Amazônia, Erasmo Alves Theofilo vive fugindo de pistoleiros e grileiros do Pará desde 2019, quando sofreu a primeira tentativa de assassinato na sua própria casa, o assentamento Irmã Dorothy.
Mais recentemente, diante da iminência de morte, o programa realizou duas mudanças da família dele. A primeira em 2022, quando houve um tiroteio no assentamento, e com um mês na nova casa, outro atentado. Desta vez tentaram sequestrar seus filhos na saída da escola. A partir daí, já na terceira casa, a notícia da execução de Mãe Bernadete, na Bahia, torna visível a desproteção e aumenta o medo de Erasmo, da esposa e seus cinco filhos.
“Fazem um deleite da minha vida, como se eu não sofresse, sabe? Como se eu fosse um herói indestrutível, como se eu não sentisse minha companheira em depressão, como se eu não sentisse que meu filho, ele não consegue nem sequer acompanhar os coleguinhas dele. Ele tem nove anos e não aprendeu a ler”, desabafa Theofilo. Ouça o relato e a denúncia do líder.
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