Justiça

Juiz dá razão ao grupo Meta em caso de direitos autorais no treinamento de IA

Esta é a segunda decisão na semana nos Estados Unidos que favorece empresas desenvolvedoras de IA

Juiz dá razão ao grupo Meta em caso de direitos autorais no treinamento de IA
Juiz dá razão ao grupo Meta em caso de direitos autorais no treinamento de IA
Mark Zuckerberg, o 'chefão' da Meta. Foto: Drew Angerer/AFP
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Um juiz da Califórnia rejeitou na quarta-feira 25 a acusação apresentada contra a Meta por suposta violação das leis de direitos autorais no treinamento de seu modelo de Inteligência Artificial (IA), Llama, com obras sem o consentimento de seus criadores.

Esta é a segunda decisão na semana nos Estados Unidos que favorece empresas desenvolvedoras de IA em casos nos quais os autores criticam o uso de suas obras para alimentar modelos de Inteligência Artificial.

Vince Chhabria, juiz distrital em San Francisco, determinou que o uso feito pela Meta – empresa matriz do Facebook, WhatsApp e Instagram – ao treinar seu modelo de IA foi suficientemente “transformador” para ser considerado “legítimo”, segundo as leis de direitos autorais.

O magistrado adverte, no entanto, que os autores poderiam apresentar um argumento vencedor de que, ao treinar a poderosa IA com trabalhos protegidos por direitos autorais, os gigantes do setor de tecnologia estão criando uma ferramenta que permitiria a uma multidão de usuários competir com eles no mercado editorial.

“Não importa o quão transformador seja o treinamento (da IA generativa), é difícil imaginar que possa ser justo usar livros protegidos por direitos autorais para desenvolver uma ferramenta para ganhar bilhões ou trilhões de dólares, ao mesmo tempo que permite a criação de um fluxo potencialmente infinito de obras concorrentes que poderiam prejudicar significativamente o mercado para estes livros”, afirmou Chhabria em sua decisão.

Entre os livros utilizados para o treinamento estavam The Bedwetter de Sarah Silverman e o romance A Fantástica Vida Breve de Oscar Wao, do vencedor do prêmio Pulitzer Junot Diaz, segundo a denúncia.

O treinamento dos modelos de linguagem de IA generativa exige enormes quantidades de dados. Músicos, autores de livros, artistas visuais e editores de notícias processaram as empresas desenvolvedoras que utilizaram obras sem consentimento ou sem pagamento.

As empresas defendem a figura do “uso legítimo”, argumentando que o treinamento de IA com enormes conjuntos de dados transforma fundamentalmente o conteúdo original e é necessário para a inovação.

“Nós apreciamos a decisão de hoje do tribunal”, disse um porta-voz da Meta em resposta a uma pergunta da AFP.

Modelos de IA de código aberto estão impulsionando inovações transformadoras, produtividade e criatividade para indivíduos e empresas, e o uso justo de material protegido por direitos autorais é uma estrutura jurídica vital para a construção da tecnologia transformadora”, acrescentou.

Outra decisão judicial rejeitou na segunda-feira que a empresa Anthropic havia infringido os direitos autorais ao treinar seu robô de IA com livros sem a permissão dos autores.

O juiz federal de San Francisco William Asup determinou que a prática é permitida sob a doutrina de “uso legítimo” contemplada na lei americana.

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