Mundo

Google decide bloquear links de notícias de veículos canadenses após aprovação de lei

Big techs alegam que a legislação sobre remuneração de veículos dificultará o acesso à informação

Google decide bloquear links de notícias de veículos canadenses após aprovação de lei
Google decide bloquear links de notícias de veículos canadenses após aprovação de lei
(FILES) In this file photo a Google logo is seen on the brand's stand ahead of the annual meeting of the World Economic Forum (WEF) in Davos, on January 20, 2020. - The US government was preparing to sue Google on October 20, 2020 in what would be the biggest antitrust case in decades, a judicial source familiar with the matter told AFP. The Wall Street Journal and New York Times reported earlier that the Justice Department suit will accuse the California tech giant of illegal monopoly behavior to preserve its dominance in internet search and advertising. (Photo by Fabrice COFFRINI / AFP)
Apoie Siga-nos no

O Google informou, nesta terça-feira 27, que removerá links de notícias produzidas por sites canadenses, após a aprovação de uma lei a prever a remuneração de veículos pelo compartilhamento de conteúdo.

A ação pode ter um grande impacto sobre jornais e veículos digitais do país, os quais muitas vezes dependem do buscador para levar suas postagens ao público.

“Nós estamos decepcionados pelo fato de a discussão ter chegado a este ponto. Os impactos dessa decisão não são leves e achamos importante ser transparentes com as mídias canadenses e os nossos usuários”, afirmou em comunicado Kent Walker, presidente de Assuntos Globais do Google.

Em outro pronunciamento, o Google declarou que a nova legislação dificultará o acesso da população canadense às notícias online e, consequentemente, tornará ainda mais custoso o caminho para que veículos construam sua audiência.

Na quarta-feira 28, o primeiro-ministro Justin Trudeau disse estar confiante de que o Google e o governo entrarão em acordo sobre a nova legislação.

“Diria que as conversas com o Google estão fluindo. É importante que encontremos um caminho para garantir que os canandenses continuem a ter acesso ao conteúdo, mas também que protejamos o jornalismo independente, que exerce um papel fundamental na nossa democracia”, sustentou o premiê.

Meta rechaça legislação

A Meta, empresa detentora das plataformas Facebook, Instagram e Whatsapp, também já avisou que removerá o conteúdo canadense da plataforma caso seja enquadrada na nova legislação.

De acordo com dados do governo canadense, o Google e a Meta atingem um compartilhamento de 80% do valor arrecadado com conteúdo canadense e somam 9,7 bilhões de dólares canadenses ao ano.

Os dados também expõem que desde 2008, mais de 450 veículos de imprensa fecharam as portas no Canadá e ao menos um terço das vagas para jornalistas foram fechadas no período.

Conforme a nova legislação, um portal será considerado mídia jornalística caso contrate ao menos dois jornalistas, opere majoritariamente no Canadá e produza conteúdo editado e designado para circular no país.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , , , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.

CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.

Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo