Justiça
AGU pede remoção de canais que vendem certificados de vacinação no Telegram
Hackers utilizam senhas no ConectaSUS para alterar carteira virtual de vacinação dos compradores; canais antivacinas também compartilham desinformação e métodos irreais para ‘desintoxicar’ pessoas imunizadas


A Advocacia-Geral da União protocolou, nesta quinta-feira 5, uma ação na Justiça Federal do Amazonas para obrigar o Telegram a remover canais que disseminam desinformação e vendem falsos certificados de vacinação.
A petição também solicita que a plataforma seja obrigada a fornecer informações legais sobre os administradores dos canais, como nome, e-mail e telefone, para possibilitar investigações e eventuais punições aos envolvidos. A peça pede à Justiça que interrompa o funcionamento do aplicativo no País caso uma eventual decisão da AGU seja descumprida.
Principalmente durante o período restritivo da pandemia, grupos antivacina e hackers criaram um mercado ilegal para a venda de passaportes de vacinação via alteração dos dados no ConecteSUS. O mesmo ‘serviço’ já foi usado para alterar dados de políticos pró-vacina, como Manuela D’Ávila e Átila Iamarino.
A Procuradoria Nacional da União de Defesa da Democracia destaca que a disseminação da prática pode acarretar novas mutações de vírus como o da Covid-19. Além disso, o PNDD também alerta para os canais que compartilham desinformação, como a de ingestão de dióxicido de cloro para “desintoxicar” pessoas que tomaram vacina – o composto encontrado em produtos a base de cloro, como a água sanitária.
Criado na Rússia, o Telegram mantém uma postura rígida em relação a proteção de dados do usuário. Em episódios anteriores, o aplicativo foi notificado pela Polícia Federal e pelo Supremo Tribunal Federal por não fornecer dados completos mesmo após decisão judicial.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Muita gente esqueceu o que escreveu, disse ou defendeu. Nós não. O compromisso de CartaCapital com os princípios do bom jornalismo permanece o mesmo.
O combate à desigualdade nos importa. A denúncia das injustiças importa. Importa uma democracia digna do nome. Importa o apego à verdade factual e a honestidade.
Estamos aqui, há 30 anos, porque nos importamos. Como nossos fiéis leitores, CartaCapital segue atenta.
Se o bom jornalismo também importa para você, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal de CartaCapital ou contribua com o quanto puder.
Leia também

Por que o discurso antivacina vem ganhando espaço entre os evangélicos
Por Vinicius do Valle
Moraes manda soltar 4 presos por fraude em cartões de vacina
Por CartaCapital
Moraes pede destaque e julgamento sobre bloqueio de apps de mensagem vai a plenário no STF
Por CartaCapital
Elon Musk remove manchetes de notícias compartilhadas no X
Por AFP
UE detectou alto nível de desinformação na rede social X
Por AFP