Dados do Programa Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), divulgados nesta quinta-feira 1, mostram que a região amazônica registrou o pior mês de agosto dos últimos 12 anos em focos de calor. É o quarto ano consecutivo que os alertas superam 28 mil.
Apenas no último dia 22, a região teve 3.358 alertas de foco de incêndio, o pior dia de queimadas em 15 anos.
De acordo com programa de monitoramento ambiental Copernicus, da União Europeia, a quantidade alarmante de focos de incêndios na Amazônia afetam “seriamente” a qualidade do ar na América do Sul.
Desde o começo do ano, a região soma mais de 46 mil registros de fogo. São mais de 6,5 mil focos a mais do que o apontamento do mesmo período no ano passado.
Agosto costuma ser um dos meses de maior incidência de incêndios criminosos na Amazônia, quando fazendeiros, garimpeiros e grileiros derrubam parte da floresta para exploração ilegal da região.
Para o Greenpeace, o número alarmante de focos de incêndio constata que não existe uma política séria de combate ao desmatamento e queimadas.
“Realizamos um sobrevoo de monitoramento de queimadas e desmatamento na região da Amacro (siglas de Amazonas, Acre e Rondônia), e flagramos o maior desmatamento da Amazônia no último ano: cerca de 8.000 hectares, equivalente a 11.000 campos de futebol queimando”, afirma Rômulo Batista, porta-voz de Amazônia do Greenpeace Brasil. “Participo desses monitoramentos há mais de dez anos, e nunca tinha visto um desmatamento tão grande e também com tanta fumaça”.
Do total de focos de calor observados, 13,8% ocorrem em Unidades de Conservação e 5,9% em Terras Indígenas. Os dados apontam o avanço da grilarem em terras públicas e florestas não destinadas.
Para proteger e incentivar discussões produtivas, os comentários são exclusivos para assinantes de CartaCapital.
Já é assinante? Faça login