Sustentabilidade

Previsão de aumento de temperatura do planeta quase dobra, diz relatório da ONU

A atual trajetória pode gerar um aquecimento de 2,8ºC, muito acima das metas estabelecidas pelo Acordo de Paris

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Relatório divulgado nesta quinta-feira 27 pela ONU mostra que a previsão de aquecimento da temperatura do planeta quase que dobrou. O documento vem a público a poucos dias da COP27 .

A atual trajetória, diz a organização, pode gerar um aquecimento de 2,8ºC, muito acima das metas estabelecidas pelo Acordo de Paris, que visava manter o arrefecimento em 1,5ºC.

O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente considerou que a redução da emissão de gases “lamentavelmente” não é o suficiente. Para se alcançar a meta estipulada, precisaria haver redução de 45% das emissões em comparação aos níveis atuais.

Para Antonio Guterres, secretário-geral da ONU, o mundo “não pode mais permitir o greenwashing“, termo em inglês que consiste em manter um discurso ecológico ao mesmo tempo em que se promove o uso de combustíveis fósseis.

“Os compromissos climáticos globais e nacionais são lamentavelmente curtos”, disse Guterres no vídeo, divulgado a menos de duas semanas do início da conferência climática COP27 da ONU no Egito. “Em outras palavras, caminhamos para uma catástrofe global”.

Especialistas agora se preocupam com a utilização das técnicas de marketing, que  podem gerar uma falta de transparência e confiança nesses mecanismos de compensação de emissões. Milhares de empresas anunciaram objetivos de neutralidade, mas muitas são suspeitas ou acusadas abertamente de não cumprir com as promessas. 

Esse “greenwashing” é facilitado ainda mais pela falta de um marco internacional comum para avaliar e supervisionar os compromissos de redução das emissões.

A real necessidade para o planeta agora é a busca de energias renováveis e a mais rápida substituição dos combustíveis fósseis, dado que inúmeros estudos apontam que a compensação de carbono pode ser comparada com “homeopatia”. 

O foco é incentivar os países que foram o grupo das 20 economias mais avançadas, tanto no setor público, quanto no privado, a buscar a neutralidade do carbono e não a compensação. 

Com informações da AFP. 

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