Política
Lula critica países ricos por aumento nos gastos militares, enquanto crise climática se acentua
No dia da abertura da Cúpula da Amazônia, presidente defende dar prioridade à questão ambiental e diz que vai pedir ao MEC inclusão do tema no currículo escolar
No dia da abertura da Cúpula da Amazônia, em Belém (PA), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) cobrou dos países ricos investimentos no combate à crise climática. Durante o programa semanal “Conversa com o Presidente”, exibido nesta terça-feira 8, Lula disse que a responsabilidade de cuidar da Amazônia não é só do Brasil, de modo que os gastos em guerra deveriam ser destinados a combater a fome.
“Sabe quanto foi gasto com guerras nos últimos anos?”, questionou o presidente. “2,2 trilhões de reais só para comprar arma. Enquanto isso, segundo a FAO [Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura], temos 735 milhões de pessoas passando fome. Esse dinheiro poderia ser usado para combater as desigualdades”, observou.
Segundo Lula, “dinheiro existe”, mas “o que precisa é que esse dinheiro seja usado para gerar emprego, para combater a crise climática”.
O valor dos gastos militares ao qual se referiu o presidente foi apresentado em abril pelo Instituto Internacional de Pesquisas para a Paz de Estocolmo, e diz respeito, especificamente, ao ano de 2022. Houve, segundo o instituto, um crescimento de 3,7% nos gastos militares globais, na comparação com 2021.
Questão ambiental nas escolas
Na entrevista de hoje, o presidente defendeu a ampliação do ensino sobre o clima no ambiente escolar. O presidente se referiu à proposta para defender que a questão climática não se restringe a estudiosos do tema, mas que, dada a sua gravidade – os órgãos especializados apontam o crescimento da crise climática no mundo -, é importante para todas as pessoas.
“A questão ambiental, hoje, está dentro da casa das pessoas. Por isso, defendo o ensino sobre o clima nas escolas, por exemplo. O clima é uma questão muito séria”, afirmou Lula.
O presidente disse que vai pedir ao ministro da Educação, Camilo Santana, a inclusão da temática no currículo disciplinar das escolas.
Lula disse, ainda, que pretende atingir a meta de desmatamento zero na Amazônia, contando, para isso, com o apoio de prefeitos e governadores. Segundo o presidente, a meta não será atingida “na marra”.
“Até 2030, teremos desmatamento zero nesse país. E não vamos fazer na marra. Temos que chamar todos os prefeitos e governadores e ter uma discussão, compartilhar com eles uma solução”, afirmou Lula.
Um minuto, por favor…
O bolsonarismo perdeu a batalha das urnas, mas não está morto.
Diante de um país tão dividido e arrasado, é preciso centrar esforços em uma reconstrução.
Seu apoio, leitor, será ainda mais fundamental.
Se você valoriza o bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando por um novo Brasil.
Assine a edição semanal da revista;
Ou contribua, com o quanto puder.