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Incêndio florestal que atinge a Chapada Diamantina tem chamas de 5 metros

Conhecida por suas paisagens exuberantes, a região enfrenta desafios recorrentes com o fogo, especialmente entre agosto e março

Incêndio florestal que atinge a Chapada Diamantina tem chamas de 5 metros
Incêndio florestal que atinge a Chapada Diamantina tem chamas de 5 metros
Reprodução/Redes sociais
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Um incêndio de grandes proporções atinge uma região de mata na Chapada Diamantina (BA) há pelo menos três dias. Na quinta-feira 27, as chamas se alastraram e chegaram a atingir 5 metros de altura nas áreas próximas a Mucugezinho, Serra dos Brejões e Morro do Pai Inácio, perto do Parque Nacional da Chapada e do município de Palmeiras, a 447 quilômetros de Salvador.

Conhecida por suas paisagens exuberantes, a região enfrenta desafios recorrentes com incêndios florestais, especialmente entre agosto e março. Esses eventos ameaçam não apenas a fauna e a flora locais, mas as comunidades tradicionais que dependem do turismo e dos recursos naturais para sobreviver.

Em nota à reportagem, o ICMBio afirmou que o foco de incêndio que existia dentro do parque nacional foi controlado no início desta tarde. Há um foco ativo no Vale das Piscinas, uma área de proteção ambiental, que ainda não foi combatido pelos brigadistas devido às dificuldades de acessar o local. “A falta de chuvas e as fortes temperaturas foram o principal fator para propagação do evento”, detalhou o órgão.

Desde o início da semana, o helicóptero do Grupamento de Operações Aéreas do Corpo de Bombeiros da Bahia avalia os focos ativos na região, para otimizar o tempo de resposta. Como as áreas são muito íngremes, há dificuldade para os brigadistas se deslocarem por terra.

Cerca de 25 bombeiros e dois aviões estão na área há dois dias para combater o incêndio, com o apoio de brigadistas voluntários e do ICMBio. Enquanto atacam os focos, os bombeiros constróem aceiros para evitar que as chamas atinjam outras regiões.

“Nossa meta principal é preservar vidas e propriedades, além da fauna e da flora locais. Estamos avançando muito no combate e temos como maior dificuldade o relevo característico da região, as altas temperaturas, a baixa umidade relativa do ar e os ventos fortes, que aumentam a velocidade de propagação do incêndio”, explica o comandante-geral do Corpo de Bombeiros, coronel Aloísio Mascarenhas.

De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, a Bahia é o segundo estado que mais apresenta focos de incêndio nas últimas 48 horas, atrás apenas de Roraima. Apesar da ameaça, não há registro de feridos ou de pessoas que deixaram suas casas em razão do fogo. A polícia investiga se os incêndios são intencionais.

Conforme mostrou CartaCapital em dezembro, a mineração também colocado em risco a biodiversidade na Chapada Diamantina e preocupado especialistas quanto aos impactos da exploração. São mais de 2.430 processos minerários ativos na região, conforme dados da Agência Nacional de Mineração (ANM), analisados pelo GeografAR, grupo de pesquisa do Instituto de Geociências da UFBA.

Composta por 24 municípios, a Chapada Diamantina ocupa 15% do território baiano e é considerada a “caixa d’água da Bahia”, reunindo as três principais bacias hidrográficas do estado: Paraguaçu, Jacuípe e Rio de Contas. Devido a suas características geológicas e seu potencial hídricos, a região é vista por gigantes do setor como uma espécie de “laboratório da mineração“.

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