Sustentabilidade

Em 35 anos, Amazônia perde mais vegetação nativa do que em 5 séculos

Um relatório do MapBiomas alerta: se a destruição persistir, a perda do bioma pode ser incontornável

Duas imagens de sobrevôo da Floresta Amazônica preservada e desmatada - Fotos: iStock
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Entre 1985 e 2020, a Amazônia perdeu mais vegetação nativa do que nos últimos 500 anos, desde a colonização europeia, aponta um relatório da plataforma MapBiomas. O documento foi divulgado nesta sexta-feira 11, na Conferência do Clima da ONU, a COP27.

Os cientistas responsáveis pelo levantamento alertam que 83% da vegetação nativa da Floresta Amazônica está próxima do ponto de não-retorno. Isso representa uma perda florestal de 20 a 25%, além da mudança no funcionamento normal do bioma.

A Amazônia, uma das principais responsáveis pela absorção de carbono, a frear as mudanças climáticas, pode se tornar um dos maiores emissores de gases de CO2. Este processo de transformação do bioma já é ressaltado por cientistas desde 2021. 

 “O desmatamento e o fogo ameaçam a resiliência da floresta às mudanças climáticas, bem como seu papel como um dos mais importantes sumidouros de carbono do mundo”, explica Sandra Rios, uma das coordenadoras do MapBiomas Amazônia.

Ao longo desses 35 anos, o bioma perdeu 74,6 Mha de vegetação nativa, uma área equivalente à da Zâmbia. Mais de 45 gigatoneladas de CO2 foram emitidas desde 1985 devido ao desmatamento.

O bioma, a cobrir Brasil, Guiana Francesa, Guiana e Suriname, teve 12,9% de desmatamento – o maior índice – em terras brasileiras.

Não é só na Amazônia

O levantamento também destaca as perdas em outros biomas do Brasil. 

O bioma mais desmatado da América do Sul é a Mata Atlântica

Área preservada e de desmate na Mata Atlântica – Foto: iStock


Entre 1985 e 2021, perdeu 11,3% de sua vegetação nativa e, devido a isso, foi responsável pela emissão de 3 gigatoneladas de gases do efeito estufa. 

Os biomas Pampa e Cerrado seguem a mesma lógica de destruição. Estes, por sua vez, sofrem as consequências da expansão de pastagens rurais e soja. 

Área preservada e desmatada no Pampa – Foto: iStock


O Cerrado, savana mais biodiversa do planeta, perdeu metade de sua vegetação original nesses anos. Em razão disso, foi responsável pela emissão de cerca de 4,2 gigatoneladas de CO2.

Área preservada e de pasto no Cerrado – Foto: iStock

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