Sociedade
Autoridades investigam a morte de líder indígena que fez denúncia na ONU
O corpo de Tymbektodem Arara foi encontrado no rio paraense Iriri, com sinais de afogamento

Autoridades investigam a suposta morte por afogamento de um líder indígena que denunciou na ONU atos de desmatamento e invasões de terras do seu povo, anunciou nesta terça-feira 31 a Polícia Federal.
Em 28 de setembro, Tymbektodem Arara expôs no Conselho de Direitos Humanos da ONU a luta do povo Arara contra a presença de mais de 2 mil invasores na terra protegida Cachoeira Seca, norte do Pará.
“Viemos aqui para exigir que se respeite nossa vida e o nosso território”, disse o líder indígena, em vídeo, durante a 54ª sessão do Conselho, com sede em Genebra. Ele denunciou o desmatamento no território e disse que as invasões são consequência da instalação da hidrelétrica de Belo Monte, inaugurada em 2016 no Pará.
O corpo de Tymbektodem foi encontrado 16 dias depois, no rio paraense Iriri, com sinais de afogamento, informou a imprensa. Ele tinha cerca de 40 anos, segundo a ONG Conectas Direitos Humanos.
A Polícia Federal do Pará confirmou à AFP que abriu uma investigação: “A causa da morte é apurada em investigação aberta pela Polícia Federal, na delegacia da cidade de Altamira”.
Margeada pelo rio Iriri, a Terra Indígena Cachoeira Seca compreende uma área de 7.340 km² habitada por 88 integrantes do povo Arara, segundo dados do Instituto Socioambiental.
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