Sustentabilidade

Autora brasileira do IPCC aponta desafios para as cidades enfrentarem as mudanças climáticas

O relatório verificou uma concentração de investimentos nas chamadas infraestruturas “cinzas”, em analogia ao concreto, em detrimento às iniciativas verdes

Bombeiros se equilibram sobre a lama acumulada na Rua Teresa, em trabalho de busca nos deslizamentos de terra das chuvas em Petrópolis. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
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O painel intergovernamental de cientistas da ONU sobre o meio ambiente, o IPCC, divulgou nesta segunda-feira (28) um amplo relatório sobre os impactos das mudanças climáticas sobre as populações, e como os países podem se proteger melhor. Cinco autores brasileiros assinam capítulos do documento, entre eles a urbanista Maria Fernanda Lemos, da PUC-Rio.

Em entrevista à RFI, ela abordou os principais desafios das cidades latino-americanas para enfrentar as mudanças climáticas, como a informalidade habitacional. O recente drama dos desmoronamentos em Petrópolis, no Rio de Janeiro, é uma amostra concreta do problema, em meio aos riscos cada vez maiores de catástrofes ambientais nas próximas décadas, segundo advertem os cientistas. No meio urbano, os maiores impactos se relacionam à escassez de água, alagamentos e deslizamentos após chuvas intensas.

Urbanista Maria Fernanda Lemos, da PUC-Rio, participou da elaboração de relatório do IPCC com foco na adaptação às mudanças climáticas.
Foto: Arquivo pessoal/ RFI

“A gente tem, na América do Sul e Central, uma questão muito séria do número bastante elevado de populações urbanas vivendo em áreas informais e muito precárias, em áreas segregadas, de risco. O grau de precariedade na habitação é muito elevado nessa região, e essa condição atrasa a possibilidade de adaptação [às mudanças climáticas]”, disse a professora de planejamento urbano.

O relatório verificou uma concentração de investimentos nas chamadas infraestruturas “cinzas”, em analogia ao concreto, em detrimento às iniciativas verdes, que levam em conta o planejamento das cidades sob uma perspectiva mais ampla, incluindo a sustentabilidade.

“A gente precisa olhar não só para o momento imediato, para a redução do risco ou consertar um impacto que aconteceu por conta de um evento ou um desastre, mas começar realmente a olhar a longo prazo”, ressalta a especialista.

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