Política

Alertas de desmatamento na Amazônia caem 31% nos primeiros 5 meses do governo Lula

No Cerrado, porém, o cenário é diferente e apresenta desafios para o Ministério do Meio Ambiente

Foto: Arquivo/MMA
Apoie Siga-nos no

O Ministério do Meio Ambiente informou nesta quarta-feira 7 que os alertas de desmatamento na Amazônia caíram 31% entre janeiro e maio, na comparação com o mesmo período do ano passado. Os dados foram compilados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais.

O Inpe também registrou uma redução de 10% nos alertas em maio, em relação ao mesmo mês em 2022.

Foram 1.986 quilômetros quadrados de área desmatada nos primeiros meses deste ano, contra 2.867 entre janeiro e maio de 2022.

De acordo com o governo federal, 20 municípios da Amazônia Legal concentram 55% do desmatamento detectado de janeiro a maio. Lidera essa estatística Feliz Natal (MT), com 8,8%, seguido de Apuí (AM) e Altamira (PA), com 6,8% e 4,9%, respectivamente. Ao todo, são oito cidades em Mato Grosso, seis no Amazonas, quatro no Pará, uma em Rondônia e outra em Roraima. Juntas, elas responderam por uma área desmatada de quase 2 mil quilômetros quadrados.

Segundo o Ibama, foram emitidos 7.196 autos de infração e mais de 2,2 mil fazendas, glebas ou lotes rurais foram embargados – ou seja, tiveram sua atividade proibida. O trabalho do órgão nesse período resultou na aplicação de mais de 2 bilhões de reais em multas.

No Cerrado, porém, o cenário é distinto. O Instituto, por meio do sistema Deter, identificou aumento de 35% nos alertas de desmatamento entre janeiro e maio. No mês passado, o crescimento foi de 83%. Nesse bioma, 77% dos alertas foram computados em propriedades registradas no Cadastro Ambiental Rural.

“Em mais de três quartos do desmatamento, nós podemos ter acesso a quem são os responsáveis por essas áreas”, explicou o secretário extraordinário de Controle de Desmatamento e Ordenamento Ambiental Territorial, André Lima. “A estimativa é que mais da metade do desmatamento no Cerrado é autorizado pelos órgãos ambientais estaduais.”

O presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, confirmou a avaliação. “Temos uma diferença fundiária entre Amazônia e Cerrado. No Cerrado, temos muita terra titulada, os proprietários acabam conseguindo autorizações, a maior parte foi autorizado e isso dificulta a fiscalização”, afirmou.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Os Brasis divididos pelo bolsonarismo vivem, pensam e se informam em universos paralelos. A vitória de Lula nos dá, finalmente, perspectivas de retomada da vida em um país minimamente normal. Essa reconstrução, porém, será difícil e demorada. E seu apoio, leitor, é ainda mais fundamental.

Portanto, se você é daqueles brasileiros que ainda valorizam e acreditam no bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando. Contribua com o quanto puder.

Quero apoiar

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo