Sociedade

Tragédia de Paraisópolis: atos acusam genocídio e pedem justiça

Atos ocorrem nesta quarta-feira às 17h em frente à Secretaria de Segurança Pública de São Paulo e em Paraisópolis, local das mortes

(Foto: Wikimedia Commons)
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A Coalizão Negra por Direitos, uma reunião de cerca de de cem entidades de todo o país, convocou novos atos de protesto pela tragédia de Paraisópolis, que matou nove jovens na madrugada do domingo 01. Os protestos dão continuidade àqueles que ocorreram na noite do crime na comunidade, que também reuniu diversos moradores e apoiadores em gritos de justiça pelo ocorrido.

As divergências da versão da polícia militar e dos frequentadores do Baile da 17 fez com que o Ministério Público de São Paulo anunciasse, na terça-feira 03, que passará a investigar o caso para realizar “a mediação entre os frequentadores dos bailes funk, os moradores dos locais onde se realizam as festas e as autoridades”, disseram em nota.

A versão da PM dá conta que uma moto com dois ocupantes teria atirado contra uma ronda da polícia e, em seguida, seguido em direção ao baile funk, que reunia 5 mil pessoas. No entanto, testemunhas relatam que foram encurraladas nas ruas de Paraisópolis e, depois, atacadas com bombas de efeito moral e violência por parte dos agentes.

Em coletiva de imprensa na segunda-feira 02, o governador de São Paulo João Doria afirmou que a polícia não tinha sido responsável pela morte dos jovens. “A letalidade não foi provocada pela PM, e sim por bandidos que invadiram a área onde estava acontecendo baile funk. É preciso ter muito cuidado para não inverter o processo”, declarou o governador.

Mais cedo, Doria havia exaltado a atuação da PM e da política de segurança do estado: “Hoje, São Paulo tem uma polícia preparada, equipada e bem informada”, afirmou.

A manifestação, nomeada de “Massacre de Paraisópolis: Não foi acidente. Foi Genocídio!”, será em frente à Secretaria de Segurança Pública, localizada na Rua Líbero Badaró, 39, às 17h.

Um novo protesto em Paraisópolis também está marcado para acontecer no mesmo horário na esquina da Rua Rundolf Lotze com a Rua Ernest Renan, na Vila Andrade.

“Exigimos investigação imediata e isenta dos assassinatos em Paraisópolis, além de proteção a familiares e testemunhas do caso. É dever do Estado garantir segurança e proteção a todas as pessoas, e inaceitável que provoque, também com repressão e criminalização aos bailes funks”, escreveu Bianca Santana, pesquisadora e membra do grupo, nas redes sociais.

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