Justiça

Traficante foragido engana Exército, consegue registro de CAC e compra fuzil

O criminoso só conseguiu adquirir a arma com o decreto de 2019 de Bolsonaro, que liberava o acesso a atiradores desportivos

Foto: Polícia Civil do Espírito Santo
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Um traficante foragido da Justiça desde 2018 enganou o Exército para conseguir um registro de CAC (caçador, atirador e colecionador, associou-se a um clube de tiro e completou o treinamento para se tornar instrutor. A informação é do jornal O Globo.

Com o documento, Renato José Mafiolete, conhecido Renatinho da Tapera em Florianópolis, comprou armas, acessórios e munição. Ele foi preso no dia 1º de novembro por agentes do Departamento Especializado em Narcóticos (Denarc) do Espírito Santo. O criminoso acumulava penas de 35 anos por tráfico e homicídio e estava foragido desde 2018.

De acordo com a publicação, em um dos locais onde Mafiolete vivia, em Vila Velha (ES), foram apreendidos um fuzil equipado com uma mira telescópica, uma carabina, 835 cartuchos, 17 carregadores e um colete balístico obtidos com o certificado de CAC.

“Quando estava foragido, Mafiolete usou uma certidão de nascimento falsa para emitir uma carteira de identidade no Pará”, disse ao jornal a delegada-adjunta do Denarc Larissa Lacerda. “Foi usada por ele para se credenciar como CAC”.

A compra do fuzil só foi possível com o decreto de 2019 do presidente Jair Bolsonaro (PL) que permitiu a atiradores desportivos adquirirem até 30 dessas armas. O traficante ainda havia conseguido outra pistola, uma carabina e uma espingarda que não tinham sido entregues pelo correio.

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