Entidades que representam trabalhadores da Eletrobras anunciaram a deflagração de uma greve por tempo indeterminado a partir desta segunda-feira 17, seguindo decisão tomada em assembleia na semana passada.
Segundo a Associação dos Empregados da Eletrobras, as principais pautas são a retirada do plano de saúde, as demissões e a privatização da companhia.
Fundada em 1962 como uma empresa estatal para administrar a geração, a transmissão e a distribuição de energia no Brasil, a Eletrobras está no caminho para ser privatizada. Em 2021, o presidente Jair Bolsonaro sancionou um projeto aprovado no Congresso que abre caminho para a entrega da companhia para a iniciativa privada.
A instituição, no entanto, ainda está sob responsabilidade do Estado.
Em nota de sexta-feira 14, a AEEL diz que a empresa está tentando “empurrar goela abaixo um plano de saúde com cobranças abusivas”. Os trabalhadores dizem que a contribuição dos funcionários do plano de saúde deve subir de 10% para 40%.
Além disso, a entidade diz que o processo de privatização é “antidemocrático”. De acordo com a Federação Nacional dos Urbanitários, “a redução da participação da estatal no plano de saúde tem como pano de fundo a privatização da Eletrobras, a fim de entregar uma empresa mais enxuta para os próximos acionistas”.
A orientação é de que os trabalhadores se recusem a atender telefonemas, a ligar os seus computadores e a responder chats de conversas de aplicativos relacionadas aos gerentes.
Segundo o Boletim Intersindical Furnas, todas as bases de Furnas no Brasil, da ELB Holding e do Centro de Pesquisas de Energia Elétrica, o Cepel, deliberaram pela greve. Bases no Rio de Janeiro, Distrito Federal, Minas Gerais, Espírito Santo, Goiás e São Paulo amanheceram com faixas de protesto.
Em nota, a Eletrobras declarou que “os quantitativos de adesão à greve ainda estão em apuração, visto haver empregados na Holding, Furnas e Cepel em teletrabalho em face do agravamento da pandemia Covid-19” e que “não houve descontinuidade dos serviços prestados pela companhia”.
Para proteger e incentivar discussões produtivas, os comentários são exclusivos para assinantes de CartaCapital.
Já é assinante? Faça login