Sociedade
Imagens mostram que homem atropelado em SP ainda estava vivo enquanto motorista debochava
O motorista de aplicativo Christopher Rodrigues atropelou Matheus Campos Silva após ele supostamente ter furtado um celular no centro da capital paulista
Novas imagens sobre o atropelamento de um homem no centro de São Paulo por um motorista de aplicativo mostram que a vítima, Matheus Campos Silva, de 21 anos, ainda estava vivo debaixo do carro, enquanto Christopher Rodrigues se negava a prestar socorro. O vídeo foi recebido pelo jornal O Globo.
No trecho enviado ao jornal é possível ouvir o motorista dizendo “E aí, comédia, vai roubar trabalhador, vai roubar, cuzão? Não vai sair daí não até chegar a polícia”. Matheus ainda consegue mexer com os dedos fazendo sinal negativo e repete “não” várias vezes diante das acusações de roubo. A vítima morreu no local.
O vídeo foi enviado pelo próprio condutor do veículo a um grupo de motoristas de aplicativo de São Paulo, onde também estavam dois familiares da vítima, que afirmam que o rapaz trabalhava como ambulante, vendendo balas na rua. Matheus Campos não tinha antecedentes criminais. Na terça-feira 2, a 99 anunciou o bloqueio permanente do motorista de aplicativo da plataforma.
A vítima foi atropelada por Christopher Rodrigues depois de, supostamente, furtar o celular de um outro motorista que estava parado no trânsito. Em depoimento à polícia, o motorista de aplicativo disse que não conseguiu parar a tempo e atropelou a vítima.
Porém, após o caso, Christopher fez diversas publicações em suas redes sociais, filmando a vítima atropelada e debochando da situação. Ele chegou a dizer que seria “menos um fazendo o L”, em alusão aos eleitores do presidente Lula (PT). Ele seguiu fazendo vídeos de deboche mesmo quando se encontrava dentro de uma viatura sendo conduzido para a delegacia.
O caso foi registrado no dia 25 de abril no 78º DP, inicialmente, como furto e morte acidental. Mas segundo o delegado Percival Alcântara, titular do 5º DP, onde o caso é investigado, o foco agora é apurar se o atropelamento foi acidental ou proposital. No mesmo inquérito, a Polícia Civil apura se houve omissão de socorro por parte do motorista, e se houve incitação ao crime a partir das publicações nas redes sociais.
Para concluir a investigação, a Polícia Civil aguarda laudos do Instituto de Criminalística da perícia do local do crime e do IML, que irá confirmar o que causou a morte de Matheus.
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