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Sobe a 44 número de mortos em temporal em Petrópolis

Vídeos que circulam nas redes sociais mostraram imagens de estradas transformadas em rios caudalosos

Sobe a 44 número de mortos em temporal em Petrópolis
Sobe a 44 número de mortos em temporal em Petrópolis
Foto: CARL DE SOUZA / AFP
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O número de mortos no temporal que atingiu a cidade de Petrópolis, no estado do Rio de Janeiro, subiu para 44 nesta quarta-feira (16), enquanto a cidade avaliava o “cenário de guerra” provocado em poucas horas pelas fortes chuvas.

“É quase uma situação de guerra”, disse Cláudio Castro, governador do Rio de Janeiro, na área do desastre.

Foram cerca de 189 deslizamentos de terra, informou a Defesa Civil, após o temporal que ocorreu na tarde de terça-feira na antiga cidade imperial.

A localidade recebeu em menos de seis horas mais chuva do que o previsto para todo o mês de fevereiro, segundo a agência meteorológica Metsul. Alguns pontos receberam até 260 milímetros de chuva.

O número de mortos ainda pode aumentar, uma vez que ainda não foram comunicadas informações sobre o número de desaparecidos e feridos.

As equipes de resgate trabalham para socorrer as pessoas afetadas pelos deslizamentos de terra e inundações, confirmaram jornalistas da AFP.

Vídeos que viralizaram nas redes sociais mostraram imagens chocantes de algumas estradas de Petrópolis transformadas em rios caudalosos arrastando tudo que passavam.

Wendel Pio Lourenço, um morador de 24 anos, caminhava com uma televisão nos braços em direção a uma igreja próxima em busca de abrigo. Sem dormir desde ontem, colaborava no resgate e tentava salvar alguns pertences. “Encontrei viva uma menina que estava soterrada”, contou à AFP.

As autoridades calculam que 80 casas tenham sido afetadas no Morro da Oficina, a área mais atingida, enquanto danos foram reportados em outras seis áreas, segundo as autoridades municipais.

Quase 300 pessoas estão sendo atendidas principalmente nas escolas, acrescentou o governo local.

E 400 militares trabalham no local, juntamente com as equipes da Defesa Civil e dos Bombeiros, com veículos, barcos e uma dezena de aeronaves, informaram à AFP fontes do Corpo de Bombeiros do Estado.

“É uma coisa que ninguém esperava. Foi desesperador, muito triste”, disse Elisabete Pio Lourenço, de 32 anos.

Em viagem à Rússia, o presidente Jair Bolsonaro desejou que “Deus conforte os familiares” das vítimas da “catástrofe” em Petrópolis, em entrevista coletiva conjunta com o anfitrião, Vladimir Putin, a quem agradeceu a solidariedade diante do ocorrido .

O ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, garantiu que o presidente estará “no local” na sexta-feira.

Fenômenos extremos

A prefeitura de Petrópolis declarou “estado de calamidade” na noite de terça-feira para lidar com a emergência e o governador do estado, Cláudio Castro, visitou o local para manifestar seu apoio.

A meteorologista Estael Sias em nota no site da MetSul informou que a precipitação acumulada é incomum e  garante que este desastre não é o primeiro nem será o último, dadas as condições climáticas, topográficas e e população da região.

O Brasil passou por episódios de chuvas intensas nos últimos três meses, principalmente nos estados da Bahia e Minas Gerais, que deixaram dezenas de mortos e causaram danos a centenas de municípios.

Os cientistas argumentam que, devido às mudanças climáticas, os eventos climáticos extremos se tornarão cada vez mais frequentes.

Em janeiro de 2011, mais de 900 pessoas morreram na região serrana do estado do Rio devido às fortes chuvas, que causaram inundações e deslizamentos de terra em uma vasta área, incluindo Petrópolis e as cidades vizinhas Nova Friburgo, Itaipava e Teresópolis.

Petrópolis, estância de veraneio da antiga Corte Imperial brasileira, é uma cidade turística de cerca de 300 mil habitantes que atrai um grande número de turistas em busca de história, passeios na natureza e um clima mais ameno em relação ao litoral fluminense, devido à sua elevada altitude.

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