Ao menos 21 pessoas morreram durante uma operação do Batalhão de Operações Especiais em conjunto com a Polícia Rodoviária Federal na Vila Cruzeiro, Zona Norte do Rio de Janeiro, nesta terça-feira 24.
A polícia alega ter sido recebida a tiros por supostos criminosos no alto da favela quando se preparava para começar a operação, que buscava localizar e capturar líderes do Comando Vermelho.
Segundo a PM, 12 dos mortos eram suspeitos. A primeira vítima identificada é Gabrielle Ferreira da Cunha, de 41 anos, moradora da região atingida por uma bala perdida.
De acordo com moradores, os tiros começaram por volta das 4h. Há ainda relatos de tiroteio no Complexo do Alemão. Ao todo, 13 escolas municipais dos dois complexos precisaram ser fechadas.
A polícia afirma ter apreendido 13 fuzis, quatro pistolas, 12 granadas e drogas. Carros e motos supostamente roubados também foram recuperados.
O Rio completou neste mês um ano da operação policial mais letal de sua história, na favela do Jacarezinho, a oito quilômetros da Vila Cruzeiro. Naquela ação, 28 pessoas morreram.
Em decorrência das mortes, o Ministério Público Federal abriu, nesta terça-feira, um procedimento investigativo para apurar as condutas e eventuais violações dos agentes durante a operação conjunta.
Em fevereiro, 8 pessoas morreram no Complexo da Penha em decorrência de uma operação com participação da Polícia Rodoviária Federal.
“O Brasil é signatário de tratados e acordos internacionais que nos obrigam a investigar e punir violações de direitos humanos. E 21 mortos, até agora , em menos de 3 meses, não podem ser investigados como se fossem simples saldo de operações policiais”, afirmou o titular do Núcleo de Controle Externo da Atividade Policial no Rio, procurador da República Eduardo Benones.
Para proteger e incentivar discussões produtivas, os comentários são exclusivos para assinantes de CartaCapital.
Já é assinante? Faça login