Sociedade

Quem é o miliciano que pode ser o alvo dos assassinos de médicos no Rio

Uma das linhas de investigação envolve a possibilidade de os três médicos terem sido mortos por engano

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Uma das linhas de investigação seguidas pela Polícia Civil do Rio de Janeiro envolve a possibilidade de três médicos terem sido assassinados por engano, na madrugada desta quinta-feira 5, na Barra da Tijuca. Conforme essa hipótese, um deles teria sido confundido com o miliciano Taillon de Alcântara Pereira Barbosa.

Barbosa foi preso em dezembro de 2020, em uma operação comandada pelo Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado do Ministério Público fluminense. Em março deste ano, ele progrediu para prisão domiciliar e em setembro obteve liberdade condicional.

Em 8 de dezembro de 2020, agentes do Gaeco deflagraram a Operação Sturm, a fim de cumprir nove mandados de prisão e 14 de busca e apreensão contra milicianos que atuavam na região de Rio das Pedras e Muzema.

O líder do grupo criminoso era exatamente Taillon, filho de Dalmir Pereira Barbosa, uma das principais lideranças da organização e denunciado anteriormente na Operação Intocáveis II.

Dalmir Barbosa foi citado na CPI das Milícias, em 2008, e expulso da polícia naquele ano. Ele já estava preso no dia da Operação Sturm – foi justamente devido à sua prisão que Taillon assumiu o comando do grupo.

Em junho de 2022, Taillon foi condenado a oito anos e quatro meses de prisão. “Há o registro de uma série de recentes ‘disque-denúncias’ que indicam que Taillon apresenta comportamento extremamente violento e exerce proeminente função de comando na organização criminosa”, diz um trecho da sentença.

Conforme a decisão que concedeu liberdade condicional ao miliciano, no mês passado, ele tem de comparecer ao juízo a cada três meses e deve voltar para casa no máximo às 23h, sem autorização para sair durante a madrugada.

A Operação Intocáveis, da qual o pai de Taillon foi um dos alvos, mirou principalmente o ex-policial militar Adriano da Nóbrega, que morreu em confronto com policiais na Bahia, no início de 2020.

O assassinato dos três médicos no Rio, nesta quinta, ocorreu no Quiosque da Naná, na Avenida Lúcio Costa, na Praia da Barra da Tijuca. Trata-se da mesma avenida onde Taillon tem um imóvel, a menos de um quilômetro do quiosque.

Diante desse cenário, a semelhança física entre o ortopedista Perseu Ribeiro de Almeida e Taillon é uma das linhas de investigação sobre o triplo homicídio.

Nesta quinta, o G1 revelou que um áudio interceptado pela Polícia Civil mostra um homem que seria ligado ao tráfico de drogas aparentemente indicando o local onde ocorreu o ataque aos médicos.

Segundo o veículo, o homem diz na gravação: “Acho que é Posto 2”. O crime ocorreu no Posto 2 da orla. No outro lado da linha estaria o traficante Juan Breno Malta.

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