Sociedade

Defesa Civil do Rio Grande do Sul confirma 83 mortes após chuvas no estado

Segundo autoridades, mais de 850 mil foram afetadas pelo temporal que assola o Sul nos últimos dias

A situação de calamidade em Porto Alegre após as chuvas. Foto: Ricardo STUCKERT / Brazilian Presidency / AFP
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Mais de 850 mil pessoas (850.422) foram impactadas até o momento pelas chuvas fortes que atingem o Rio Grande do Sul desde a semana passada. O boletim mais recente da Defesa Civil – divulgado às 9h desta segunda-feira 6 – indica que há 83 mortes confirmadas e pelo menos mais quatro em investigação. O número de feridos é de 276 e há 111 desaparecidos.

Por causa do mau tempo, 141.325 pessoas tiveram de abandonar as casas em que vivem, sendo que 121.957 estão desalojadas e outras 19.368 vivem em abrigos. Dos 497 municípios gaúchos, 345 foram afetados por alguma ocorrência relacionada às chuvas.

A última catástrofe ambiental no Rio Grande do Sul foi em setembro de 2023, quando 54 pessoas morreram depois da passagem de um ciclone extratropical.

Agora, o total de mortes está bem acima do anterior e é considerado por autoridades como o pior desastre climático da história gaúcha.

Serviços de infraestrutura

No boletim mais recente, também há informações sobre os serviços de infraestrutura estaduais, reunidos pelas Secretarias do Meio Ambiente e Infraestrutura, de Logística e Transportes e da Educação.

Mais de 260 mil pontos do estado estão sem energia elétrica (27% do total de clientes) e mais de 880 mil estão sem abastecimento de água (28% do total).

As chuvas provocam danos e alterações no tráfego nas rodovias. São 102 trechos em 58 rodovias com bloqueios totais e parciais, entre estradas e pontes. As informações são do Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer). Segundo a Secretaria de Logística e Transportes (Selt), há um trabalho em curso para desobstruir as estradas o mais rápido possível.

Também foram divulgados dados em relação às escolas afetadas pelas enchentes, o que inclui as que foram danificadas, servindo de abrigo, com problemas de transporte e de acesso, entre outras questões. Nessa situação, há 744 escolas em 231 municípios, com 251.711 estudantes impactados.

Alerta

A Defesa Civil informa que – para aumentar o nível de prevenção – as pessoas podem fazer um cadastro e receber alertas meteorológicos do órgão. Basta enviar o CEP da localidade por SMS para o número 40199. Uma confirmação vai ser enviada e o número ficará disponível para receber as informações.

Também é possível se cadastrar pelo Whatsapp: número (61) 2034-4611. Um robô de atendimento fará a interação e o usuário poderá compartilhar a localização atual ou qualquer outra de interesse para receber as mensagens da Defesa Civil.

Imagem aérea dos alagamentos em Canoas, no Rio Grande do Sul.
Foto: Ricardo Stuckert / PR

Calamidade

O governo Lula (PT) reconheceu, neste domingo, o estado de emergência para 336 municípios do Rio Grande do Sul. A portaria foi publicada em edição extra do Diário Oficial da União.

Os municípios agora ficam aptos a receber, com mais rapidez e menos burocracia, repasses de verbas federais para ações contra as chuvas e reconstrução. O estado de calamidade vale por 180 dias.

Porto Alegre, Canoas e Caxias do Sul estão entre as cidades listadas na nova portaria. As três foram duramente afetadas pelas chuvas no final de semana.

Lula visitou a região para anunciar novas ações do governo federal. O presidente levou, na comitiva, os chefes do Senado e da Câmara, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) e Arthur Lira (PP-AL). Edson Fachin representou os ministros do Supremo Tribunal Federal.

Os três, ao lado de Lula, prometerem agir para desburocratizar o envio de verbas para o Rio Grande do Sul. Pacheco chegou a citar a possibilidade de uma ‘PEC de guerra’ para destravar os recursos.

(Com informações de Agência Brasil)

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