Política

PT critica ‘manipulação’ e afirma não ter participado da organização de protesto em igreja no PR

O episódio foi explorado pelo presidente Jair Bolsonaro e por seu ex-ministro – e hoje presidenciável – Sergio Moro

Foto: Reprodução
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A Comissão Executiva do PT do Paraná emitiu uma nota, nesta segunda-feira 7, na qual afirma não ter participado “da organização nem da decisão de adentrar” uma igreja em Curitiba no último sábado 5, quando jovens militantes protestaram por justiça pelo congolês Moïse Kabagambe, espancado até a morte no Rio de Janeiro.

“Há, por parte da imprensa tendenciosa, a manipulação de fatos para prejudicar o Partido dos Trabalhadores, pois os vídeos evidenciam que no momento em que os manifestantes estiveram no interior da paróquia, a missa já havia terminado e o templo estava vazio”, afirmou o PT.

A legenda ainda declarou ser “defensora histórico da liberdade religiosa – aliás, entre outras frentes de luta, o PT nasceu dentro das comunidades eclesiais de base e das lutas pastorais”.

Mais cedo, o protesto foi explorado pelo presidente Jair Bolsonaro e por seu ex-ministro – e hoje pré-candidato à Presidência – Sergio Moro.

Bolsonaro disse ter acionado o Ministério da Justiça e o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos para “acompanhar” o caso.

“Acreditando que tomarão o poder novamente, a esquerda volta a mostrar sua verdadeira face de ódio e desprezo às tradições do nosso povo”, escreveu o ex-capitão nas redes sociais. “Se esses marginais não respeitam a casa de Deus, um local sagrado, e ofendem a fé de milhões de cristãos, a quem irão respeitar?”

Moro, por sua vez, classificou o episódio como “absurdo” e “revoltante”. Segundo ele, “locais de culto não podem ser utilizados para ofensas ou propaganda política”.

O vereador Renato Freitas (PT), presente na manifestação, criticou a divulgação de “vídeos sem contexto e informações falsas a respeito de ato contra o racismo, a xenofobia e pela valorização da vida”.

O protesto, organizado pelo Coletivo Núcleo Periférico, tinha como pauta central a cobrança de justiça pelos assassinatos do jovem congolês Moïse Kabagambe e de Durval Teófilo Filho, ambos no estado do Rio de Janeiro.

“Ressaltamos que não houve invasão à Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos de São Benedito, pois ela se encontrava aberta e a missa já havia terminado, COMO FACILMENTE SE CONSTATA NAS IMAGENS, já que o lugar estava vazio”, escreveu o vereador curitibano nas redes sociais.

Renato de Freitas acrescenta que o grupo entrou na igreja “como parte simbólica da manifestação, uma vez que foi construída em 1737, durante o regime de escravidão, por pessoas pretas e para pessoas pretas, a quem era negado o direito de entrar em outros lugares”.

Em nota, a Arquidiocese de Curitiba classificou o protesto de “agressividade e ofensa”. Disse também repudiar “a profanação injuriosa”.

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