Sociedade

Profissionais da saúde, metroviários e motoristas de SP fazem ato e cobram proteção em meio à pandemia

Trabalhadores criticaram o presidente Bolsonaro e ainda reivindicaram renda, mais leitos na cidade e fila única no sistema de saúde

Créditos: Reprodução/Redes Sociais
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Trabalhadores de diversos serviços essenciais fizeram um ato de protesto na cidade de São Paulo, nesta sexta-feira 8, cobrando do governo federal medidas sanitárias e econômicas para o enfrentamento da pandemia do coronavírus. Profissionais da saúde, metroviários, motoristas da Uber, bancários e outras representações pediam condições para que o isolamento social possa ser cumprido, com uma renda mínima garantida, e também por mais leitos para acomodar os pacientes na cidade.

“A denúncia foi a forma como o governo está lidando com a pandemia, então o Fora Bolsonaro estava no centro da pauta. Mas também tinham exigências concretas feitas por esses trabalhadores, como proteção social e de saúde. Por exemplo, motoristas de aplicativo estão enfrentando dificuldades para trabalhar. Precisamos ter medidas de proteção, inclusive de auxílio doença em caso de afastamento. Em São Paulo, estamos inclusive reivindicando um complemento ao auxílio emergencial, por parte do município”, declarou Guilherme Boulos, coordenador da Frente Povo Sem Medo, que organizou a manifestação. ”

Na saúde, além de cobrarem equipamentos de proteção individual, os profissionais pautaram a ideia da fila única no sistema em meio à pandemia, como Boulos explica. “Estamos chegando à saturação dos leitos de UTI do SUS, e precisamos ter uma fila única em relação aos hospitais privados. Ninguém pode decidir quem vai viver ou morrer, por ter ou não dinheiro”, defendeu.

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O coordenador criticou a atuação do governo Bolsonaro frente à proliferação da doença no País, que já levou a óbito 9,146 pessoas, além de infectar outras 135.106, segundo o último balanço divulgado pelo Ministério da Saúde, na quinta-feira 7.

“É uma postura criminosa, porque estimula o contágio. Além de não ter nenhum plano para o controle do coronavírus, estimula simplesmente que as pessoas voltem à normalidade e acabem com a quarentena, o que geraria um número de mortes ainda maior do que o trágico que temos hoje, mas também porque não dá as condições básicas para que as pessoas possam sobreviver neste momento”, condena.

Na visão de Boulos, há uma distorção proposital da discussão social, política e econômica que deveria estar sendo feita. “O debate não pode ser, para os mais pobres, escolher entre ir para a rua e morrer por coronavírus ou ficar em casa e morrer de fome. As pessoas têm que poder praticar o isolamento físico e, ao mesmo tempo, ter as condições sociais de fazê-lo com dignidade, que é o que governos do mundo inteiro estão fazendo, com medidas concretas de renda, proteção de emprego, suspensão da cobrança de contas essenciais, como água e luz. Isso é uma questão básica, humanitária. Mas, no lugar, temos um presidente que flerta com a morte, Bolsonaro é amigo do vírus”, critica.

O coordenador garantiu que o ato não prejudicou as medidas sanitárias recomendadas para o momento da pandemia. “Não causamos aglomeração, tivemos representantes apenas, não foi multidão. Mantivemos a distância de 1,5 metro entre cada participantes, todos usavam máscaras, e portavam equipamentos de proteção. Essas pessoas já estavam nas ruas prestando seus serviços, ninguém saiu de casa para promover manifestação”, declarou Boulos.

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