Sociedade
PM que matou Leandro Lo gastou 1.600 reais em boate após o ataque e foi a motel
Segundo investigação, o tenente Henrique Otavio Oliveira Velozo saiu acompanhado do local por uma garota de programa

Imagens de câmeras de segurança obtidas pela polícia de São Paulo revelam que o tenente da Polícia Militar Henrique Otavio Oliveira Velozo, acusado de atirar e matar o lutador de jiu-jitsu Leandro Lo na madrugada do dia 7 de agosto, teria ido a uma festa em uma casa noturna da capital logo após o ataque. De acordo com a investigação, ele saiu da boate acompanhado de uma garota de programa rumo a um motel.
As informações foram reveladas nesta segunda-feira 15 pelo jornal Folha de S. Paulo, que teve acesso ao material reunido pelos investigadores. Nas imagens, segundo a reportagem, é possível ver que o PM chega ao bar Bahamas cerca de 1 hora após atirar no lutador. Em pouco menos de 2 horas no local, ele gastou 1.589 reais em bebidas e taxas para sair com a garota de programa.
Nota fiscal mostra gastos do PM em boate horas após atirar em Leandro Lo.
Foto: Polícia Civil/Divulgação
Sobre a ida ao motel, não há registros dos gastos do PM, nem menções da polícia ao horário em que ele deixou o estabelecimento. Neste momento, sabe-se apenas que ele teria ido ao motel por volta das 5 horas após deixar a festa no Bahamas. Na noite deste mesmo dia, ele se apresentou à Corregedoria da PM de São Paulo.
Ao jornal, a defesa de Velozo disse não ter tido acesso às imagens reunidas pela polícia, mas criticou a divulgação das gravações. Segundo alegou, o comparecimento do PM ao Bahamas e ao motel seria de foro íntimo. Dalledone Júnior, advogado do policial, disse ainda que irá questionar a revelação do material junto ao Ministério Público.
Relembre o caso
Na madrugada do domingo 7, Velozo se envolveu em outra confusão que resultou na morte do lutador de jiu jitsu Leandro Lo. Após um desentendimento entre os dois, o tenente, que estava de folga, atirou na cabeça do atleta e fugiu do local, segundo relatos de testemunhas. Leandro Lo foi socorrido e encaminhado ao Hospital Municipal Dr. Arthur Ribeiro de Saboya, onde teve morte cerebral confirmada.
O militar teve a prisão preventiva decretada pela Justiça e se apresentou à polícia na tarde daquele domingo. Desde então, Velozo segue detido no Presídio Militar Romão Gomes, na zona norte da capital.
Vale lembrar ainda que o tenente já foi condenado por outras agressões. Em 2017, ele se envolveu em uma briga com outros policiais em uma casa noturna. No local, desacatou e agrediu colegas de farda. À época, ele se entregou e foi preso. No Tribunal de Justiça Militar, ele foi condenado a nove meses de prisão em regime aberto por agressão.
Em outro episódio em 2020, ele chegou a ser acusado de agredir uma mulher dentro de uma lancha. A vítima fez um boletim de ocorrência, mas não levou o caso adiante após ser acusada de promover calúnia contra o policial.
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