Sociedade
PM que algemou homem em moto é afastado e pode responder por tortura e racismo
Corporação diz que instaurou inquérito para apurar caso, que ‘repudia tal ato’ e é ‘implacável contra desvios de condutas’
A Polícia Militar afastou o agente que foi flagrado puxando um homem negro algemado em uma moto da corporação na Zona Leste de São Paulo, na terça-feira 30.
A ação, que foi filmada por pessoas que estavam dentro de um veículo e viralizou nas redes sociais, provocou uma onda de críticas e indignação.
Nas imagens, um homem negro corre atrás de uma moto conduzida pelo policial militar. Suas mãos estão presas por algemas no baú da motocicleta. É possível escutar alguém dizendo: “Olha aí, ele algemou e está andando igual um escravo”.
O policial, cuja a identidade não foi revelada, poderá responder à Justiça pelos crimes de racismo, tortura e abuso de autoridade.
Em nota, a PM informou que também abriu um Inquérito Policial Militar para apurar o caso e reforçou que repudia tais atos.
“A Polícia Militar, imediatamente após tomar ciência das imagens, determinou a instauração de um inquérito policial militar para apuração da conduta do referido policial e o seu afastamento do serviço operacional. A Polícia Militar repudia tal ato e reafirma o seu compromisso de proteger as pessoas, combater o crime e respeitar as leis, sendo implacável contra pontuais desvios de conduta”, informa o comunicado da corporação.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.



