Sociedade

PM conclui que ação com 9 mortos em Paraisópolis está dentro da lei

Documento foi encaminhado à Justiça Militar Estadual e depois segue para apreciação do Ministério Público Estadual

Ação policial em Paraisópolis acabou em 9 mortes. Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil
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A Corregedoria da Polícia Militar de São Paulo concluiu, nesta sexta-feira 7, o Inquérito Policial Militar sobre a conduta dos 31 policiais militares envolvidos na tragédia de Paraisópolis, na zona Sul de São Paulo, ocorrida em 1º de dezembro de 2019. A ação dos PMs, na ocasião, deixou 9 mortos por pisoteamento e 12 feridos em um baile funk.

Segundo a Secretaria de Segurança Pública (SSP), o documento foi encaminhado à Justiça Militar Estadual, que oferecerá à apreciação do Ministério Público Estadual. O inquérito instaurado pela Polícia Civil segue em andamento, sob sigilo, no Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).

A conclusão da Corregedoria foi de que os policiais agiram dentro da lei, em legítima defesa, de acordo com informações do site G1. O documento destaca que os agentes da polícia não praticaram nenhuma infração militar. O relatório de 1.600 páginas foi assinado pelo capitão Rafael Oliveira Cazella.

O Ministério Público pode pedir novas diligências, manifestar concordância com o arquivamento ou oferecer denúncia.

Em nota, a União dos Moradores e do Comércio de Paraisópolis protestou contra a conclusão do inquérito pela Polícia Militar. Segundo o presidente da associação, Gilson Rodrigues, a postura da Corregedoria aumenta o sentimento de injustiça e de impunidade.

“Hoje, os nove jovens do Baile da 17 foram novamente encurralados, pisoteados e asfixiados por essa decisão. Por isso, convoco toda a sociedade e as comunidades do Brasil a se mobilizarem em apoio às famílias das vítimas”, afirmou Rodrigues.

NOTA À IMPRENSA | PARAISÓPOLIS A União dos Moradores e do Comércio de Paraisópolis recebeu com profundo pesar o…

Posted by União dos Moradores e do Comércio de Paraisópolis on Friday, February 7, 2020

Em vídeos recebidos por CartaCapital e em demais imagens que circularam nas redes sociais, jovens presentes no baile funk aparecem encurralados nas ruas por agentes policiais, que fizeram uso de cassetetes para agredi-los.

Segundo nota divulgada pela Polícia à época, uma patrulha da Ronda Ostensiva com Apoio de Motocicletas (Rocam) perseguia dois homens em uma motocicleta. Os dois teriam atirado contra os agentes que realizavam a Operação. Cerca de 5 mil pessoas estavam na festa.

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