Sociedade

Operação tenta prender policiais que faziam segurança para bicheiro no Rio de Janeiro

A ação do Ministério Público tem mandados de prisão contra 18 policiais militares e um policial penal que faziam parte da organização criminosa comandada por Rogério de Andrade

Rogério Andrade na quadra da Mocidade Independente de Padra Miguel, escola de samba da qual é patrono. Foto: Reprodução/Redes Sociais
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O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) faz, nesta quarta-feira 20, uma operação para tentar prender 20 policiais responsáveis pela segurança ilegal do bicheiro Rogério de Andrade.

Ao todo, o MP mira 19 policiais militares do Rio e um policial penal que formariam uma equipe responsável pela escolta e outras tarefas em nome da organização criminosa do bicheiro. A ação cumpre, também, 50 mandados de busca e apreensão na capital fluminense.

A ação desta quarta-feira é resultado de investigações do Grupo de Atuação Especializada no Combate ao Crime Organizado (Gaeco/MPRJ), que resultaram na denúncia de 31 pessoas por organização criminosa.

As investigações são desdobramento da operação Calígula, deflagrada em maio de 2022, que resultou na prisão de dois delegados da Polícia Civil. A operação de hoje foi batizada de Pretorianos, em alusão ao grupo que fazia guarda de imperadores em Roma.

A operação desta quarta conta também com o apoio das corregedorias da Polícia Militar (PMERJ) e da Secretaria Estadual de Administração Penitenciária (Seap) do Rio de Janeiro. São pelo menos 200 agentes envolvidos na operação.

Em nota, a PMERJ informou que será instaurado um procedimento interno para apurar os fatos e contribuirá com as investigações do Ministério Público.

Quem é Rogerio de Andrade

Rogério é velho conhecido no Rio pelo comando do jogo do bicho após a morte de seu tio Castor de Andrade. Após a fama na contravenção, também assumiu como patrono da escola de samba Independente de Padre Miguel. Ele não foi alvo da operação desta quarta-feira.

Andrade tem ligação com a milícia que é apontada como responsável pelo assassinato de Marielle Franco. Era Ronnie Lessa, autor dos disparos que mataram a vereadora, que fazia sua segurança em décadas passadas.

No documentário sobre o jogo do bicho da Globoplay, Andrade foi apontado por outro bicheiro como ‘o senhor do crime’. Na acusação, Bernardo Bello diz que ‘tudo o que se passa de errado no Rio’ teria participação de Andrade.

Sobrinho do antigo chefão do jogo do bicho, Andrade também já foi preso pela Polícia Federal em 2022, mas posto em liberdade poucos meses depois por decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Segue, desde então, em prisão domiciliar e usando tornozeleira eletrônica.

Seu filho, Gustavo Andrade também faz parte do esquema. Ele já foi denunciado pelo Ministério Público pelas atividades ilegais e chegou a ser preso após passar um tempo foragido. Também está em liberdade por decisão judicial, essa assinada por Kassio Nunes Marques, no Supremo Tribunal Federal.

(Com informações de Agência Brasil)

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