Sociedade

Operação resgata 110 trabalhadores sob condições análogas à escravidão

Trabalhadores moravam em alojamentos sem esgotamento sanitário e eram submetidos a condições insalubres no serviço

Alojamentos precários e servidão exaustiva são marcas do trabalho análogo à escravidão, diz a Polícia Federal. Foto: PF
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Foram libertadas 110 pessoas que trabalhavam sob condições análogas à escravidão, no âmbito de uma operação da Polícia Federal deflagrada nos últimos dias em 23 unidades da Federação, chamada de “Operação Resgate”.

A ação teve a participação do Ministério Público do Trabalho, da Subsecretaria de Inspeção do Trabalho, do Ministério Público Federal e da Defensoria Pública da União, e contou com a maior força-tarefa voltada ao combate ao trabalho escravo.

 

Segundo a Polícia Federal, entre os resgatados há adolescentes, idosos, indígenas e pessoas com deficiência. Houve resgates tanto no meio urbano como no meio rural. Imagens mostram alojamentos precários, como cabanas de palha, sem esgotamento sanitário, falta de banheiros e de acesso a água potável e alimentação. Em muitos casos, verificou-se condições insalubres no trabalho, jornadas exaustivas e inclusive servidão por dívida.

Eles terão direito a três parcelas de seguro-desemprego especial para o trabalhador resgatado.

Denúncias de trabalho escravo podem ser feitas de forma sigilosa no Sistema Ipê, lançado em 2020 pela Subsecretaria de Inspeção do Trabalho em parceria com a Organização Internacional do Trabalho.

Procuradoras afirmam que as condições para coibir esses crimes estão piores, segundo artigo publicado em CartaCapital nesta quinta-feira 28, Dia Nacional do Combate ao Trabalho Escravo no Brasil.

“Infelizmente, não é incomum que um trabalhador seja resgatado mais de uma vez, em operações diferentes, por não ter sido acompanhado depois do resgate”, escrevem as procuradoras Cristiane Maria Sbalqueiro Lopes e Lys Sobral Cardoso.

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