Operação de buscas por fugitivos de Mossoró entrará em nova fase após 50 dias; entenda o que muda

Mais um suspeito de auxiliar fugitivos foi preso em Fortaleza, nesta segunda-feira

Rogério e Deibson, a dupla que fugiu de presídio em Mossoró. Foto: Divulgação/Secretaria Nacional de Políticas Penais

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Prestes a completar 50 dias nas ruas, a operação que busca Rogério Mendonça e Deibson Nascimento, os dois fugitivos da Penitenciária Federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte, entra em uma nova fase, iniciada na última sexta-feira 29.

A principal mudança é a retirada de agentes federais de campo. A ação, que até aqui era ostensiva na região onde acredita-se que os criminosos estão escondidos, passará a ser focada em operações de inteligência e investigação.

Na última sexta-feira 29, o efetivo de 100 agentes da Força Nacional que atuavam pessoalmente nas buscas pelos dois presos deixou a região. Equipes táticas da Polícia Federal que faziam reforço aos efetivos estaduais em Mossoró também voltaram às suas bases. As duas iniciativas demonstram que essa etapa de campo das buscas está se esgotando e prestes a ser concluída.

As buscas, que envolviam helicópteros, drones, cães farejadores e mais de 500 homens, incluindo a Força Nacional e PF, hoje passa a ser concentrada em atividades de inteligência. A ideia é montar um cerco à rede de apoiadores e facilitadores dos criminosos.

Um primeiro resultado da nova fase já foi, inclusive, registrado: um suspeito de ajudar os dois fugitivos que escaparam da penitenciária foi preso nesta segunda-feira 1º em Fortaleza, no Ceará. Segundo a polícia, ele teria ligações com outro homem preso por facilitar a fuga, em 8 de março. Investigadores suspeitam que a dupla possa fazer parte da rede de apoio formada pela facção que integram os fugitivos.

Agentes federais, como citado, seguem na região, mas atuando apenas em atividades de apoio. A Força Nacional Penal, por exemplo, permanecerá vigiando o entorno da penitenciária, assim como Polícia Rodoviária Federal continuará a apoiar as operações que cercam as saídas e limites do estado. Na prática, portanto, a retirada dos agentes de campo não significa que o Ministério da Justiça e da Segurança Pública tenha desistido da captura dos dois fugitivos. A ideia, apontam integrantes da pasta, é apenas mudar o modelo de buscas.


Até o momento, o governo federal já empenhou quase 2,5 milhões de reais com a operação da captura. Não há previsão de quanto ainda deve ser desembolsado nas operações de inteligência que seguirão daqui em diante.

Facilitação na fuga

Segundo o Ministério da Justiça, as investigações sobre possível facilitação da fuga dos dois apenados não encontrou indícios de corrupção contra servidores responsáveis pela penitenciária da Mossoró. No entanto, a apuração identificou “falhas nos procedimentos carcerários de segurança”, razão pela qual a pasta decidiu, então, abrir três Processos Administrativos Disciplinares contra dez servidores.

Outros 17 servidores assinarão Termos de Ajustamento de Conduta, nos quais se comprometem com medidas como passar por cursos de reciclagem e não cometer as mesmas infrações.

A Corregedoria também instaurou uma nova investigação sobre as causas da fuga, com foco nos “problemas estruturais” da unidade federal. O Ministério afirma que não divulgará a íntegra do relatório para não prejudicar a apuração.

Rogério Mendonça e Deibson Nascimento importante lembrar, estão foragidos desde 14 de fevereiro, quando conseguiram abrir uma passagem por uma luminária da cela e escaparam da penitenciária de segurança máxima. Essa foi a primeira fuga registrada no sistema carcerário federal, desde a sua criação, em 2006.

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