Sociedade
O que se sabe e o que ainda falta ser esclarecido sobre o assassinato dentro de um hospital em Fortaleza
A vítima, um funcionário do hospital, foi morta a tiros e decapitada. A principal linha de investigação sobre a motivação do homicídio aponta para crime passional
Um funcionário foi morto a tiros e, na sequência, decapitado, na manhã desta terça-feira 23, dentro das dependências do Hospital Instituto Doutor José Frota (IJF), em Fortaleza. A vítima, do sexo masculino, trabalhava na copa da unidade. Uma segunda pessoa também foi ferida e socorrida.
O autor dos disparos já foi identificado pela polícia e preso poucas horas após o crime. O homem, de 41 anos, foi encontrado na cidade de Aquiraz, Região Metropolitana de Fortaleza e com ele foi apreendida uma motocicleta.
De acordo com o secretário de Segurança Pública do Ceará, Samuel Elânio, o crime foi motivado por ciúmes.
“Um dos funcionários, que foi a vítima, estaria se insinuando para a companheira do autor do crime, motivo pelo qual ele já tinha anunciado algumas vezes que ia praticar um ato desse tipo”, explicou Elânio.
O secretário acrescentou, ainda, que o suspeito do crime é ex-funcionário do hospital, demitido há mais de um ano, e que teria conseguido acesso à unidade por meio do reconhecimento facial, que ainda estaria ativo.
Em nota, a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social do Ceará confirmou que a principal linha de investigação sobre a motivação do homicídio aponta para crime passional.
Ainda de acordo com a pasta, equipes da Polícia Militar do Ceará (PMCE), do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) da Polícia Civil do Estado do Ceará (PCCE) e da Perícia Forense do Estado do Ceará (Pefoce) realizam os primeiros levantamentos no local. O caso está a cargo da 4° Delegacia do DHPP.
A secretaria acrescentou também que diligências seguem em andamento e que imagens de câmeras de segurança que flagraram a ação brutal estão auxiliando os trabalhos policiais.
Em nota, o prefeito de Fortaleza, José Sarto (PDT), lamentou o ocorrido e criticou a atuação do governo do estado na contenção da violência.
“É inaceitável a violência em Fortaleza continuar do jeito que está. Hoje mais uma vez vivemos momentos de horror. Dois assassinatos brutais. A paralisia do Governo de Estado no combate às facções não parece ser apenas incompetência, mas também cumplicidade. Acionei as Secretarias de Segurança Cidadã, Educação, Saúde e Direitos Humanos para dar todo o suporte aos familiares das vítimas e aos nossos trabalhadores, a quem dedico toda minha solidariedade. Não permitirei que o acesso aos nossos serviços públicos sejam prejudicados pela insegurança”, afirmou.
O governador do Ceará, Elmano de Freitas (PT), também comentou o episódio em uma entrevista no Palácio da Abolição. Ele alega que, diferentemente do que diz o prefeito da capital, não seria o responsável pela segurança do hospital, administrado pela gestão municipal.
“[Precisamos] Investigar o caso porque efetivamente nós não temos completamente as informações. Há informação de que foi um funcionário morto e pode ter sido morto por um outro funcionário. Aconteceu dentro do refeitório, a informação que me chega até agora, no refeitório do hospital”, inicia. “Nós não fazemos segurança pública dentro dos equipamentos, fazemos fora do equipamento. Obviamente que no hospital tem a equipe de vigilância, tem Guarda Municipal. O que se imagina é que nesses ambientes a Guarda Municipal e a força de vigilância contratada pela prefeitura resguarde a segurança pública dentro do seu hospital. Não foi o que infelizmente aconteceu”, completou então o governador.
Com o anúncio da prisão, Elmano ressaltou que o suspeito “responderá na Justiça pelo bárbaro crime que cometeu”.
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