Saúde

‘Não vamos comprar vacinas’, diz Luiza Trajano, do Magazine Luiza

À frente do Unidos pela Vacina, a empresária defende o SUS e procura contribuir com os municípios brasileiros para acelerar a imunização

(Foto: Reprodução/LIDE)
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A empresária Luiza Helena Trajano, presidente do Conselho da Magazine Luiza, rejeitou a compra de doses pelo setor privado e incentivou doações para questões estruturais para facilitar a campanha do SUS.

“O grupo não vai comprar porque não tem vacina para vender”, declarou Trajano nesta quinta-feira 08 em uma transmissão ao vivo do Grupo de Líderes Empresarial LIDE.

Trajano falava não apenas sobre a varejista Magazine Luiza, e sim sobre o grupo Unidos Pela Vacina, que intermedeia empresários interessados em doarem recursos e dinheiro e municípios que possuam gargalos na logística e infraestrutura de saúde.

Apesar de não ser um posicionamento novo da empresária, a declaração sai após a aprovação, na Câmara dos Deputados, de um projeto acusado de institucionalizar o “fura-fila” da vacinação contra a Covid-19 no País. Na quarta-feira 07, o presidente Jair Bolsonaro também se reuniu com empresários para discutir a campanha de imunização.

“Tem uma lei que a vacina só pode ser vendida depois que 60% a 70% estiver imunizado pelo governo federal. Não adianta. Depois que tiver imunizada vai poder vender, como a da gripe”, acrescentou. “Se alguém conseguir comprar, até 60% vai ter que dar para o SUS. Mas eu já digo para vocês a dificuldade não está no dinheiro, está na falta de vacina.”

Na live, Trajano evitou falar de embates políticos e defendeu que, neste momento, “temos que parar com isso de esquerda ou direita, com fake news, temos que nos unir em um único propósito”.

A empresária disse ainda que o grupo questionou todos os municípios brasileiros sobre “o que cada unidade do SUS precisava para termos uma aceleração profunda da vacinação”. A pesquisa completa, feita em parceria com o Instituto Locomotiva, deve ser publicada na próxima semana.

Em uma apresentação parcial dos dados, com as respostas de quase a totalidade dos municípios, a pesquisa apontou que 53% precisavam de recursos para conseguir trabalhar aos fins de semana e feriados, 39% precisam de ajuda com a rede de frios, 34% apontou dificuldades com a vacinação por drive-thru e 25% colocou o acesso à internet e computadores como um entrave nas campanhas.

Parte de pesquisa apresentada por Luiza Heleno Trajano em live com empresários (Foto: Reprodução)

“A vacina é a única alternativa que tem, com todo o respeito pra quem não quer ser vacinado.”, declarou. “A gente fez muito, ajudou, mas nós não nos omitimos. Nesse momento tão difícil do mundo, nós não podemos ficar de braços cruzados. Vamos falar para nossos netos que não ficamos.”, afirmou Trajano em sua apresentação ao responder sobre possibilidade de não alcançar meta de 70% da população brasileira vacinada, adotada pelo grupo.

Também presente na reunião, o presidente do Instituto para o Desenvolvimento do Varejo, Marcelo Silva, apontou que, “se a gente quiser pensar na economia”, a vacinação teria que chegar antes. “Se em setembro tivermos 70% da população vacinada, já começa um processo de normalidade”, disse.

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