Sociedade

MPF recomenda que Ministério da Saúde melhore atendimento ao povo Yanomami

Imagens inéditas mostraram a degradação das condições de saúde dos indígenas, resultado do abandono do governo federal

Membros da comunidade yanomami, em Roraima. Foto: Nelson Almeida/AFP
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O Ministério Público Federal em Roraima cobrou providências do Ministério de Saúde após matéria do Fantástico, da TV Globo, exibir da grave situação do povo Yanomami.

A reportagem mostrou crianças desnutridas e doentes, contaminadas com malária e verminoses, bem como os impactos do garimpo ilegal nas terras do povo ancestral, que contamina rios, impede a pesca e fragiliza a dieta e imunidade da comunidade.

Na segunda-feira 15, O MPF recomendou a reestruturação de uma plano de assistência básica capaz de reverter o cenário, a elaboração de uma logística adequada para atender as comunidades e a auditoria de contas do Distrito Sanitário Especial Indígena Yanomami (Dsei-Y) e da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), ambos subordinados ao Ministério da Saúde, para identificar a utilização do dinheiro destinado aos indígenas. 

A manifestação, editada em parceria com o MPF do Amazonas, ainda fixa o prazo de 90 dias para resposta da pasta. Caso não ocorra, o órgão recomenda uma intervenção. 

“Um plano de reestruturação, portanto, em um prazo de 90 dias, sob pena de intervenção no Ministério da Saúde no Distrito Yanomami. Seja com a nomeação de gestores capazes de buscar a reestruturação da Saúde Yanomami, ou seja avocando essa competências e o próprio ministro da saúde exercendo o seu papel de supervisor e executor dessa política”, disse o procurador Alisson Marugal.

Segundo ele, a situação mostrada pelas imagens demonstram uma evidente falta de assistência básica. 

“Em menos de dois anos foram investidos mais de 150 milhões [de reais] na saúde [Yanomami] e o que nós observamos ao longo desses dois últimos anos é a piora dos indicadores de saúde: mortalidade infantil, desnutrição, malária. Esses indicadores pioram ano a ano. Então, o que nós identificamos é a falta de eficiência na aplicação desses recursos e talvez a lisura na aplicação desses recursos”, reforçou o procurador.

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