Política

MPF cobra medidas urgentes contra abuso religioso na eleição para o Conselho Tutelar

A votação, marcada para o domingo 1º, desperta o apetite entre entidades religiosas

Estatuto da Criança e do Adolescente. Foto: Agência Brasil
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O Ministério Público Federal solicitou, nesta sexta-feira 28, que o Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente tome medidas urgentes contra abusos religiosos durante a eleição para Conselhos Tutelares, marcada para este domingo 1º.

A cobrança ao Conanda, órgão responsável pela fiscalização dos conselhos, vem após uma denúncia do Movimento Nacional de Direitos Humanos e da Associação de Conselheiros e Ex-Conselheiros da Infância sobre possível abuso do poder religioso a fim de interferir na votação.

A representação, assinada pelo advogado Carlos Nicodemos, diz haver indícios de uma estratégia político-religiosa de grandes entidades, incluindo a Igreja Universal, para influenciar seguidores a participarem da eleição do Conselho Tutelar e votarem em candidatos que promovam seus ideais religiosos durante o mandato.

“Esta proteção deve ser laica e o superior interesse da criança e do adolescente deve ser soberano, não as pautas religiosas fundamentalistas”, destaca o advogado. 

Em Sergipe, por exemplo, um pastor evangélico foi preso após ser acusado de estuprar a filha de sua namorada.

Na última eleição na capital paulista, 53% dos eleitos eram de denominações evangélicas neopentecostais. O salário de um conselheiro na cidade é de 4 mil reais mais benefícios, como férias, licença-maternidade e paternidade, 13º salário, auxílio-refeição e auxílio-transporte.

O MPF espera uma resposta do Conanda em no máximo 24 horas. 

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